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Vila 21, em Buenos Aires: a comunidade que guarda a herança solidária do Papa Francisco

Em 1970, papa começou a atuar na região, promovendo transformações sociais profundas

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BUENOS AIRES - A Vila 21 é uma das comunidades mais carentes da capital argentina — e também uma das que mais sentem a perda do Papa Francisco. A maioria dos moradores da comunidade, localizada no bairro Barracas, é imigrante paraguaio. Vieram em busca de uma vida melhor, fugindo das condições precárias em seu país de origem. Mas aqui encontraram uma nova realidade de desafios sociais, conflitos e abandono.

Foi nesse cenário que, nos anos 1970, um jovem padre começou a fazer a diferença. Jorge Mario Bergoglio, que anos depois se tornaria o Papa Francisco, passou a atuar ativamente nas vielas da comunidade, levando acolhimento e promovendo transformações sociais profundas.

Celia González, moradora antiga da região, lembra com carinho dos gestos do religioso. “A maior marca dele foi o acolhimento. Ele criou uma cozinha comunitária para atender os usuários de drogas. Ele nos ouvia, ajudava, acreditava que podíamos mudar”, conta.

A Paróquia Caacupé foi o centro de toda essa atuação. Bergoglio, então arcebispo de Buenos Aires, visitava o local semanalmente para celebrar missas e atender quem mais precisava. Foi lá que, em 1997, ajudou a fundar o Centro Niño Jesús, espaço de acolhimento para crianças da comunidade.

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Visão humanitária

Hernán Ramírez, atual diretor do centro e batizado pelo papa, destaca a visão humanitária de Francisco: “Ele foi a primeira pessoa a apostar nas crianças da comunidade. Viu o nosso potencial e nos aconselhou a seguir em frente”, disse.

O legado do pontífice segue vivo também pelas mãos do simpático padre Toto, um dos grandes amigos de Francisco e atual pároco da igreja local. No dia seguinte ao anúncio da morte do Papa, ele celebrou uma missa comovente que reuniu centenas de moradores.

Segundo ele, Francisco nunca deixou de ajudar a comunidade, mesmo depois de chegar ao Vaticano. “Ajudava com o que fosse preciso. Sempre nos olhou com humanidade e carinho”.

Para os mais de 80 mil moradores da Vila 21, fica a saudade — e o orgulho — de ter convivido com alguém que transformou compaixão em ação concreta.

“A igreja do pobre para o pobre. Esse foi o ensinamento que Francisco deixou, com a certeza de que olhar para os mais excluídos é, acima de tudo, um ato de fé.” destacou uma moradora da Vila.

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