VÍDEO: brasileira sofre tentativa de estupro em trem de Paris; agressor segue foragido
Jhordana Dias foi atacada por um homem no transporte; francesa ouviu os gritos e ajudou a goiana, que denunciou o crime
Caroline Vale
A brasileira Jhordana Dias, de 26 anos, foi vítima de uma tentativa de estupro dentro de um trem em Paris, na França. O caso ocorreu na manhã do dia 16 de outubro, perto da estação Choisy-le-Roi, da linha RER C, quando ela voltava do trabalho. Jhordana ainda conseguiu gravar o momento em que uma mulher francesa interveio e conseguiu ajudá-la.
O vídeo registrou o rosto do agressor, que usava boné e fugiu logo após perceber que estava sendo filmado (assista acima). Nesta terça-feira (21), o irmão da vítima, Cícero Júnior, confirmou que o agressor continua foragido. A polícia francesa ainda busca identificar e localizar o homem.
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Jhordana foi atacada no transporte público
Segundo o relato da própria vítima, natural de Goiás, o homem tentou beijá-la à força, bateu no rosto dela e baixou suas calças dentro do vagão. O ataque aconteceu quando o trem estava quase vazio.
O irmão dela, que também mora na França, divulgou um vídeo nas redes sociais relatando detalhes do crime e o desespero da família. "Ela me ligou desesperada, com a cara toda ensanguentada, dizendo que alguém tinha agredido ela, que alguém tinha tentado atacar ela”, relatou.
De acordo com Cícero, o agressor aproveitou o momento em que o vagão estava vazio e esperou o trem quase partir para agir: “Ele esperou todo mundo descer, olhou pra ela e desceu também. Depois, pulou de volta no trem quando as portas estavam fechando e foi direto em cima dela. Ele tentou beijar à força, mordeu a boca dela, deu um tapa na orelha dela (...) bateu na cara e tentou descer a calça dela. Ele começou a estrangular a Jordana, e ela foi perdendo o ar.”
Enquanto Jhordana lutava para se desvencilhar, uma senhora em outro vagão ouviu os gritos de socorro e correu para ver o que estava acontecendo.
“Ela chegou e perguntou o que estava acontecendo. Foi quando o homem se assustou, a Jordana conseguiu empurrar ele, e ele caiu. A senhora, então, tirou ela dali... é o momento que aparece no vídeo”, disse o irmão.
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Ferimentos e denúncia da goiana
Depois da intervenção, o agressor fugiu. Com a barreira do idioma, Jhordana ligou para Cícero, que pediu na ligação que a mulher a ajudasse. Ela foi levada ao hospital com ferimentos no rosto e no pescoço. Ainda segundo o irmão, ela teve marcas de dedos no pescoço devido ao estrangulamento, cortes na boca e hematomas no rosto e orelha.
Na delegacia, Jhordana prestou depoimento e registrou o boletim de ocorrência. As autoridades pediram que ela realizasse o exame de corpo de delito, mas, por se tratar de um crime sexual, o procedimento precisaria contar com a presença de um intérprete oficial designado pelo governo francês. O exame, no entanto, foi marcado apenas para o dia 29 de outubro.
Preocupado com a demora, Cícero levou a irmã a um hospital particular, onde um médico fez o atendimento e emitiu um laudo descrevendo os ferimentos. O irmão também contou que o agressor parecia saber o que estava fazendo e demonstrava frieza.
“Ele parecia um cara acostumado com isso. Ele tinha certeza que ia conseguir fazer o que queria. O trem seguiria por três estações sem parar, ele teria cerca de dez minutos para fazer o que quisesse com ela.”
As autoridades francesas, segundo Cícero, já têm as imagens e descrições detalhadas do suspeito, obtidas a partir do vídeo gravado por passageiros e prints feitos pelo irmão.
Ele acrescentou que a família está em contato com a SNCF, empresa responsável pelo transporte ferroviário francês, e com a brigada de segurança que monitora as câmeras das estações e dos vagões. “Tudo está sendo feito da melhor forma possível para que esse cara seja encontrado e pague pelo que fez. Ele vai pagar.”
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Trauma
Emocionado, Cícero disse que a irmã segue abalada e não consegue dormir desde o ataque: “Ela chorou muito essa noite, porque via a imagem do cara o tempo inteiro. Ela ainda não entende o que aconteceu, porque ele fez isso, porque achou que podia avançar nela dessa forma tão brutal, tão nojenta.”
Ele afirmou que seguirá atualizando o caso nas redes sociais e pediu ajuda para que as autoridades francesas deem prioridade à investigação.
“Eu nunca imaginei tirar minha irmã do Brasil para viver uma situação dessas. É uma coisa que eu não desejo nem para o meu pior inimigo.”