Vice-presidente das Filipinas faz ameaça de morte ao presidente e diz que contratou assassino
Sara Duterte afirmou em entrevista coletiva que pode mandar matar Ferdinand Marcos Jr., primeira-dama e presidente da Câmara
A vice-presidente das Filipinas, Sara Duterte, anunciou nessa sexta-feira (22) que contratou um assassino para matar o presidente do país, Ferdinand Marcos Jr., conhecido como Bongbong Marcos, a primeira-dama Liza Araneta Marcos e o presidente da Câmara dos Representantes, Martin Romualdez. Duterte afirmou que o mercenário só irá agir se ela for morta antes.
Segundo informações da agência de notícias Associated Press (AP), a filha do ex-presidente filipino Rodrigo Duterte fez a ameaça em um comunicado feito à imprensa de forma remota.
Diante da declaração, o secretário-executivo do governo, Lucas Bersamin, determinou ações imediatas para reforçar a segurança do presidente Bongbong Marcos com guardas presidenciais de elite. Apesar do movimento, não ficaram claras quais ações seriam tomadas contra a vice-presidente.
O Comando de Segurança Presidencial afirmou em comunicado que está "coordenando com agências de segurança pública para detectar, dissuadir e defender contra toda e qualquer ameaça ao presidente e à primeira família".
Família de ditadores
O pai de Sara, Rodrigo Duterte, presidiu as Filipinas entre 2016 e 2022 e agia como ditador no país asiático. Ele prendeu rivais políticos e ainda foi responsável pela criação de um esquadrão da morte formado por gângsteres. Ele recebeu o apelido de Donald Trump asiático e se envolvia em polêmicas por atacar quem pensava ao contrário. Nem mesmo o papa Francisco escapou dos insultos do ex-presidente.
O pai de Bongbong, Ferdinando Marcos, governou as Filipinas em uma ditadura que durou 21 anos, entre 30 de dezembro de 1965 e 25 de fevereiro de 1986, uma das mais longas do século 20.
A ditadura de manteve de pé por tanto tempo devido ao apoio financeiro dos Estados Unidos, em meio à Guerra Fria, uma vez que Marcos era um anticomunista, tendo chegado a enviar tropas filipinas para ajudar o Vietnã do Sul na guerra contra o Vietnã do Norte.
Nas eleições em 2022, os filhos dos ditadores firmaram uma chapa com Bongbong na presidência e Sara Duterte como vice, conquistando a vitória com larga vantagem sobre concorrentes.