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“Um mau caminho”, diz João Doria, sobre reciprocidade de tarifas pelo Brasil

Em evento do LIDE em Washington, ex-governador defende que a melhor alternativa entre Brasil e EUA é o diálogo bilateral entre o setor privado

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WASHINGTON DC - "Essa é a pior alternativa que o Brasil pode adotar, estabelecer reciprocidade. Porque isso não é reciprocidade, isso é agressividade. Você devolver com a mesma agressividade que recebeu, você devolver ao país que erra e que comete o equívoco, de ser agressivo, porque não há nenhum fundamento técnico para a medida adotada pelo governo americano”, disse o empresário João Doria.

O ex-governador de São Paulo ainda afirmou que retaliar com uma possível implementação de 50% de tarifa sobre os produtos norte-americanos é algo que não contribui. "Isso só agravará ainda mais a situação do Brasil perante o seu segundo maior mercado de consumo, seu segundo maior parceiro comercial, que são os Estados Unidos da América”, disse, durante evento do LIDE, Grupo de Líderes Empresariais.

Questionado sobre como o empresariado brasileiro deve levar a questão política entre os dois países, após a reunião, na semana passada, entre o secretário-adjunto de Estado e integrantes da Confederação Nacional da Indústria, Doria disse: “‘É um erro você insistir numa questão política. Quando você quer influir numa decisão do judiciário brasileiro, uma questão política sem resolução, o judiciário brasileiro não vai se curvar a uma decisão, a uma vontade do governo americano. Qual a razão para isso? Aí, independe de visão partidária, de visão politizada, de visão ideológica, isso é uma intromissão, como se o Brasil, se quisesse determinar o governo americano, tivesse um outro tipo de comportamento sobre uma decisão do poder judiciário americano. Aqui também tem a Suprema Corte e ela é um poder independente”.

Sobre a anistia, Doria afirmou que ela pode, sim, ser considerada, mas não de forma ampla, e não por imposição de outro país.

Entre os convidados do evento estava Henrique Meirelles, co-chairman do LIDE, ex-ministro da Fazenda (2016-2018), ex-presidente do Banco Central (2003-2011) e ex-secretário da Fazenda de São Paulo (2019-2022).

"O diálogo entre as empresas passa a ser mais importante do que nunca. Em primeiro lugar, para que as empresas se organizem em termos de ter uma estratégia comum. Empresas brasileiras que exportam para os Estados Unidos. Então, esse diálogo do setor empresarial brasileiro, dos exportadores, principalmente, para os Estados Unidos, e dos importadores aqui”, disse, em conversa com os jornalistas na capital americana.

Meirelles ainda afirmou que empresas americanas devem ter interesse na revisão das tarifas definidas para os produtos brasileiros.

Anete Kilmer, Representante do BID no Brasil, afirmou que o Banco Interamericano de Desenvolvimento "está apoiando o governo e o setor privado de forma bastante extensa em termos de atrair investimentos internos, mas também externos, a parte de comércio e a parte de explotações”.

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