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Economia

Mais de 50% dos brasileiros dizem já perceber impacto do tarifaço, diz pesquisa

Alimentos, combustíveis e saúde estão entre os setores mais atingidos pela medida norte-americana

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Brasileiros já percebem efeitos do tarifaço de Trump | Pexels
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A taxa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros já reflete no cotidiano nacional. É o que revela uma pesquisa da HSR Specialist Researchers, feita com 600 participantes. Ao todo, 54% dos entrevistados afirmaram sentir “muito” a influência das tarifas, enquanto 38% disseram sentir “um pouco”.

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Quando questionados sobre o que já pesa no orçamento, os participantes apontaram alimentos e bebidas em primeiro lugar. Depois, citaram combustíveis e energia, além de medicamentos e planos de saúde. Produtos de higiene e limpeza e eletrônicos também aparecem entre os itens percebidos como mais caros pelos entrevistados.

Segundo o levantamento, os efeitos, embora generalizados entre os brasileiros, variam conforme região e classe social. Os dados mostram que os moradores da região Norte e as classes média-baixa e baixa renda (C2 + DE) relataram ser os mais afetados. Já os grupos de renda média e média-alta (B2 + C1) demonstram menor sensibilidade às notícias.

“Esses padrões sugerem que a percepção sobre o ‘Tarifaço’ é bastante homogênea em termos de preocupação, mas difere na forma como essa preocupação se manifesta, refletindo distintos níveis de vulnerabilidade e resiliência econômica”, apontou Valéria Rodrigues, CEO da Shopper Experience, empresa do grupo HSR.

Apesar de variado, o contexto econômico tem influenciado no humor dos brasileiros. A maioria dos entrevistados disse estar pessimista, sendo que 46% relataram ansiedade e preocupação, 18% insegurança e incerteza e 11% citaram o alto custo de vida como principal problema. Apenas 2% demonstram otimismo em relação à dinâmica econômica nacional.

Em meio ao cenário, a maioria dos entrevistados afirmou que pretende economizar mais. Cortes em lazer, adiamento de compras e viagens, além da busca por novas fontes de renda, aparecem como estratégias comuns. No Sul do Brasil, destaca-se o pragmatismo em ajustar hábitos de consumo, o que evidencia uma tendência geral de cautela financeira e adaptação às atuais condições econômicas.

Entenda

A taxa de 50% sobre os produtos brasileiros anunciada pelos Estados Unidos entrou em vigor no dia 6 de agosto. Em carta enviada à Brasília, o presidente Donald Trump disse que a decisão buscava “corrigir as graves injustiças do sistema” comercial atual. Ele também associou a medida ao que considera perseguição política contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ataques à liberdade de expressão.

Trump classificou como “vergonha internacional” o julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, chamando o processo de “caça às bruxas que deve acabar imediatamente”. Além disso, criticou decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que, segundo ele, emitiram “centenas de ordens de censura secretas e ilegais” contra plataformas norte-americanas.

Em resposta, Lula afirmou que “é falsa a informação sobre o alegado déficit norte-americano”. Reforçou, ainda, que o “Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”. Agora, o governo estuda uma possível retaliação com base na Lei da Reciprocidade Econômica.

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Ao todo, a taxação de Trump afeta 35,9% das mercadorias enviadas ao mercado norte-americano, o que representa 4% das exportações brasileiras. Para auxiliar os exportadores, o governo federal anunciou um plano de contingência destinada ao setor. Entre as medidas está uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para atender produtores afetados. O país também busca por novos parceiros comerciais, visando diversificar o mercado.

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