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Trump desiste de dobrar tarifa sobre metais canadenses, após vizinho recuar na cobrança extra de energia

Casa Branca, no entanto, confirma tarifa de 25% sobre aço e alumínio do Canadá e "outros parceiros comerciais" nesta quarta (12); medida pode afetar Brasil

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A ameaça feita pelo presidente norte-americano Donald Trump, nesta terça-feira (11), de dobrar as tarifas sobre aço e alumínio - de 25% para 50% - para o Canadá levou o governo de Ontário a suspender o aumento planejado sobre energia vendida aos Estados Unidos (EUA).

Como resultado, o assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, disse que o presidente dos EUA recuou na intensão de aumentar ainda mais as tarifas sobre aço e alumínio canadenses, embora o governo federal ainda planeje aplicar tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio a partir de quarta-feira (12). A medida também seria estendida a outros parceiros comerciais que também exportam os metais para os EUA.

"De acordo com suas ordens executivas anteriores, uma tarifa de 25% sobre aço e alumínio, sem exceções ou isenções, entrará em vigor para o Canadá e todos os nossos outros parceiros comerciais à meia-noite de 12 de março", disse o porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, à rede de televisão CBC News. A medida poderia afetar o Brasil, que é um dos exportadores dos metais para o território americano.

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O drama do novo capítulo da guerra comercial de Trump com o Canadá não só deu ao republicano mais uma vitória, mas também ampliou as preocupações sobre a interferência da política na economia dos EUA. O tema agitou o mercado de ações nesta terça-feira e provocou perdas no dia anterior, sob um temor de recessão.

A escalada e o esfriamento das tensões comerciais entre EUA e Canadá no mesmo dia agravaram a crescente sensação de incerteza sobre como o "tarifaço" de Trump afetará as economias de ambos os países.

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Trump chocou os mercados nesta terça de manhã ao dizer que dobraria as tarifas sobre os metais do Canadá.

“Instruí meu Secretário de Comércio a adicionar uma tarifa ADICIONAL de 25%, a 50%, sobre todo o AÇO e ALUMÍNIO QUE ENTRAREM NOS ESTADOS UNIDOS DO CANADÁ, UM DOS PAÍSES COM MAIORES TARIFAS DO MUNDO”, postou Trump no Truth Social.

O premiê de Ontário, Doug Ford, afirmou que o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, ligou para ele e ambos concordaram em remover as sobretaxas. Ele disse estar confiante de que o Trump agiria da mesma maneira.

“Ele tem que rebater isso para o presidente, mas estou bem confiante de que ele vai recuar”, disse Ford sobre a ameaça de Trump. “De forma alguma vamos simplesmente ceder. O que vamos fazer é ter uma conversa construtiva”, disse Ford.

Aposta de risco

Donald Trump enfrenta uma pressão cada vez maior para mostrar que tem um plano sólido para fazer a economia americana crescer. O republicano pode apontar o episódio deste terça-feira como evidência de que os impostos sobre importações são uma ferramenta de negociação valiosa, mesmo que possam gerar turbulência no mercado de ações.

Trump sugeriu que as tarifas eram essenciais para mudar a economia dos EUA, "independentemente das oscilações do mercado de ações".

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Tensões com novo governo no Canadá

O novo primeiro-ministro canadense Mark Carney disse que seu governo manterá as tarifas em vigor até que os americanos mostrem respeito e se comprometam com o livre comércio, depois que Trump ameaçou uma "devastação financeira histórica" para seu país.

Carney, que será empossado como substituto de Justin Trudeau nos próximos dias, disse que as últimas tarifas de Trump são "um ataque aos trabalhadores, famílias e empresas canadenses".

"Meu governo manterá nossas tarifas até que os americanos nos mostrem respeito e assumam compromissos confiáveis ​​e credíveis com o comércio livre e justo", disse Carney .

*com informações da Associated Press

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