Trump anuncia cortes em agências e ameaça demitir funcionários durante paralisação do governo nos EUA
Presidente afirma que discutirá com diretor de orçamento medidas para reduzir atuação federal em meio ao impasse no Congresso

SBT News
com informações da Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que se reunirá na quinta-feira (3) com o diretor de Orçamento, Russell Vought, para definir quais agências federais devem sofrer cortes.
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A decisão ocorre no segundo dia de paralisação do governo, provocada por um impasse entre democratas e republicanos no Congresso.
Em publicação nas redes sociais, Trump disse que os democratas da "esquerda radical" lhe deram uma oportunidade "sem precedentes" de reduzir a atuação federal.
O presidente já congelou verbas destinadas ao transporte público e à energia limpa em estados de maioria democrata e ameaça ampliar as demissões no funcionalismo, que podem atingir até 300 mil servidores até o fim do ano.
Segundo Trump, as medidas seguem diretrizes do Projeto 2025, elaborado pela conservadora Heritage Foundation, que prevê enxugamento drástico da máquina pública.
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Entre as ações já implementadas estão o fechamento do Departamento de Educação e a redução de poderes em órgãos de fiscalização ambiental.
A iniciativa provocou forte reação da oposição. A senadora democrata Patty Murray, presidente do Comitê de Dotações, criticou Trump por tratar servidores "como peões" e disse que os cortes não resolvem o impasse legislativo.
Sindicatos de funcionários federais entraram com ações judiciais para barrar as demissões, mas a Justiça autorizou que elas prossigam.
Esta é a 15ª paralisação do governo federal desde 1981. O shutdown suspendeu pesquisas científicas, relatórios econômicos e parte dos serviços públicos, mas manteve em funcionamento setores essenciais, como segurança nacional, controle aéreo, hospitais de urgência, polícia e o serviço postal.
O impasse bloqueia cerca de US$ 1,7 trilhão em verbas, um quarto dos gastos anuais do governo, enquanto os programas de saúde, aposentadoria e o pagamento de juros da dívida de US$ 37,5 trilhões continuam ativos.
O último shutdown nos Estados Unidos ocorreu entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, também no governo Trump, e durou 35 dias, sendo o mais longo da história do país.