Sobreviventes de tragédias aéreas convivem com o trauma; entenda
Brasileiro Nilson Zille viveu um acidente com avião em 1989 e relata como é ter essa condição de saúde
SBT Brasil
No dia 3 de setembro de 1989, um erro no plano de voo mudou para sempre a vida do co-piloto Nilson Zille.
+ Saiba quais são as bases nucleares iranianas atacadas por Israel
O Boeing 737-200 da Varig fez um pouso forçado no meio da selva amazônica após uma vírgula mal colocada na rota.
Com 54 pessoas a bordo, o acidente deixou 12 mortos. Nilson sobreviveu — e hoje, aos 65 anos, ainda pilota aviões, por hobby.
"Veio uma árvore e levou a asa direita. O avião entrou em curva. Jesus, em sua sabedoria, colocou outra árvore, que levou a asa esquerda e encaixou o charuto no meio da floresta", afirma Zille.
Segundo ele, momentos antes da queda, o comandante já sabia que não havia saída. “Ele bateu no meu ombro e disse: ‘Desculpa, velho. O erro foi meu. A gente se encontra do outro lado da vida’.”
A lembrança voltou com força nesta semana, após o grave acidente aéreo na Índia, que deixou pelo menos 240 mortos. Apenas um passageiro sobreviveu.
+ Estudante fica presa no trânsito e escapa de entrar em avião da Air India que caiu
Ele tem 40 anos, mora no Reino Unido e estava sentado na poltrona 11A, perto da saída de emergência. Mesmo ferido, conseguiu escapar.
Sobreviventes de tragédias assim carregam marcas profundas. De acordo com a psicóloga Natalia Aguilar, o risco de desenvolver estresse pós-traumático é alto.