Putin alerta Ocidente sobre resposta nuclear a ataques ucranianos na Rússia
Declaração acontece em meio aos pedidos de Kiev para atacar o país com mísseis da Otan
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez um alerta ao Ocidente, na quarta-feira (25), dizendo que pode usar armas nucleares caso o país seja atingido por mísseis convencionais lançados pela Ucrânia. Ele enfatizou ainda que qualquer ataque ucraniano apoiado por uma potência nuclear seria visto como um ataque conjunto.
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A declaração acontece em meio ao aumento da tensão da Rússia com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Nas últimas semanas, os integrantes da aliança militar disseram estar avaliando permitir que a Ucrânia utilize mísseis de longo alcance para atacar alvos dentro do território russo. Até o momento, a tática é proibida pelo bloco.
“Propõe-se que a agressão contra a Rússia por qualquer Estado não nuclear, mas com a participação ou apoio de um estado nuclear, seja considerada como um ataque conjunto à Federação Russa. As condições para a transição da Rússia para o uso de armas nucleares estão claramente fixadas”, disse Putin, no Conselho de Segurança do país.
O líder acrescentou, ainda, que a Rússia reservou o direito de usar armas nucleares caso a Bielorrússia também seja alvo de agressão, inclusive por armas convencionais. Desde 2023, o país aliado vem armazenando as armas nucleares da Rússia.
Doutrina nuclear
Segundo o Kremlin, a nova doutrina nuclear, conhecida como Princípios Básicos da Política de Estado sobre Dissuasão Nuclear, já foi redigida e aguarda apenas a aprovação oficial de Putin. No documento, fica estabelecido que a Rússia pode usar armas nucleares no caso de um ataque nuclear por um inimigo ou ataque que ameace a existência do país.
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Na reunião do Conselho, Putin disse que a doutrina está sendo ajustada com base em trabalhos analíticos, realizados por especialistas do Ministério da Defesa, do Ministério das Relações Exteriores, do Aparato do Conselho de Segurança e de outras agências governamentais. “Todos os ajustes são calculados, calibrados e proporcionais às ameaças e desafios militares atuais que a Rússia tem que enfrentar”, disse.