Pressão internacional por trégua no Oriente Médio esbarra na escalada dos conflitos
Bombardeios intensos e o aumento de vítimas dificultam um acordo de cessar-fogo entre Israel, Hezbollah e Hamas
Amanda Garcia
Apesar das pressões da comunidade internacional por uma trégua no Oriente Médio, os confrontos seguem intensos, com ataques de todos os lados e o número de vítimas subindo diariamente. Um possível acordo de cessar-fogo, que surgiu como uma esperança no início da semana, agora parece cada vez mais distante.
Em Beirute, capital do Líbano, e na cidade de Tiro, os bombardeios reforçam a percepção do governo libanês de que Israel não busca um acordo de paz. A frequência e intensidade dos ataques são vistas como um sinal de que o país pretende continuar com a ofensiva. Do outro lado, em Gaza, o grupo Hamas também rejeita a ideia de trégua.
Os bombardeios, especialmente no norte da Faixa de Gaza, fizeram desta uma das semanas mais trágicas do conflito. Em um ataque em Beit Lahia, mais de noventa pessoas perderam a vida, incluindo vinte e cinco crianças. De acordo com a emissora britânica BBC, um oficial israelense afirmou que o bombardeio foi realizado após a identificação de um suspeito no teto do prédio, onde havia centenas de desabrigados.
A crise humanitária em Gaza também se agrava com a decisão de Israel de barrar a Agência da ONU para Refugiados Palestinos. Sem essa estrutura, a principal via de distribuição de alimentos e remédios foi interrompida, gerando protestos e apelos dos governos norte-americano e europeus.
Israel, por sua vez, afirma que a campanha militar só será encerrada quando a capacidade de reação de grupos como Hamas e Hezbollah estiver completamente destruída. Contudo, o custo dessa ofensiva vem sendo questionado. A pressão de aliados históricos, como Estados Unidos e Reino Unido, ainda não foi suficiente para diminuir a violência. Em resposta ao SBT, um porta-voz britânico reforçou que o envio de armas a Israel segue dentro da legislação, embora a questão envolva também aspectos jurídicos.
Longe dos debates diplomáticos, em Gaza, crianças palestinas encontram uma rara alegria em uma escola improvisada em barracas, enquanto sobrevivem em meio a uma das semanas mais difíceis do conflito.