Porta-voz de Milei diz que Argentina vai avaliar "caso a caso" foragidos suspeitos de participar do 8 de janeiro
Manuel Adorni não confirmou se governo argentino recebeu lista com nomes de brasileiros, mas disse que país vai "cumprir a lei"
O porta-voz da presidência Argentina, Manuel Adorni, disse nesta segunda-feira (10) em uma entrevista coletiva que o país irá analisar caso a caso a situação dos foragidos implicados nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.
"Em princípio, vamos cumprir a lei e se, efetivamente, há delinquentes nas condições que você menciona, será seguido o caminho legal correspondente", respondeu a uma jornalista.
Adorni também explicou que isso será feito pela Comissão Nacional pelos Refugiados (Conare) e enfatizou que serão cumpridas as normais internacionais para casos assim.
Mas o porta-voz não confirmou se o governo do país recebeu uma lista com os nomes de 143 pessoas foragidas que teria sido entregue pela Embaixada do Brasil em Buenos Aires, nem que haja 48 pessoas dessa lista na Argentina.
No sábado (8), a ministra da Justiça, Patricia Bullrich, havia dito em entrevista a uma rádio local que não tem conhecimento sobre a presença desses brasileiros no país e qualificou a discussão até agora como "propaganda", já que nenhum pedido formal foi feito pelo governo brasileiro.
Bullrich afirmou que precisa haver um processo, uma condenação e um alerta da Interpol para que uma possível extradição seja analisada.
Até agora, as declarações ambíguas do governo argentino não deixam transparecer se o país oferecerá refúgio aos fugitivos, que apostam na boa relação que o presidente Javier Milei tem com o ex-presidente Jair Bolsonaro como trunfo para os pedidos de asilo político.
Uma suposta negativa em pedidos de extradição poderia gerar uma crise diplomática, num momento em que Buenos Aires precisa de apoio de países como o Brasil e a China para superar sua crise econômica.