Panamá cancela acordo da Nova Rota da Seda com a China após pressão dos EUA
Presidente rompeu acordo econômico que abriria novos mercados na América Latina e no mundo
SBT News
O presidente do Panamá anunciou nesta quinta-feira (6) que cancelou o acordo econômico da Nova Rota da Seda com a China. A iniciativa acontece em meio a pressão dos Estados Unidos para o país diminuir a influência de Pequim no Canal do Panamá.
Em coletiva de imprensa, José Raúl Mulino afirmou que a embaixada do Panamá em Pequim apresentou os documentos necessários para "anunciar o cancelamento com 90 dias de antecedência". Questionado, ele negou que a decisão tenha sido tomada após a visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, ao país.
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A Nova Rota da Seda é uma estratégia do governo chinês de investimentos em infraestrutura para impulsionar o comércio e a conectividade na Ásia, África e América Latina.
"Essa é uma decisão que eu tomei", disse. "Não sei o que motivou, na época, quem assinou isso com a China. Quais são as grandes coisas que a iniciativa da Rota da Seda trouxe para o país?", completou.
Entenda
Lançado pelo governo chinês em 2013, o "Belt and Road Initiative" (BRI), conhecido em português como "Nova Rota da Seda" ou "Iniciativa Cinturão e Rota", é um projeto de investimentos em infraestrutura em países subdesenvolvidos.
Com um orçamento estimado entre US$ 890 bilhões (R$ 4,46 trilhões) e US$ 1 trilhão (R$ 5 trilhões), a iniciativa chinesa busca melhorar a conectividade global através da construção de rodovias, ferrovias, portos, além de projetos energéticos como oleodutos e gasodutos.
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O nome "Nova Rota da Seda" faz referência à histórica rota comercial que, no primeiro milênio, ligava a Ásia à Europa Central. Embora inicialmente focada na Eurásia, a iniciativa se expandiu para outras partes do mundo, e hoje 147 países já aderiram formalmente ou manifestaram interesse no plano, como a Argentina e o Panamá. O Brasil optou por não aderir ao programa em 2024, preferindo fechar acordos comerciais alternativos.