ONU pede que Israel pare os ataques de colonos a palestinos na Cisjordânia ocupada
Região não fica na Faixa de Gaza, mas registrou aumento significativo de mortes causadas por colonos armados, com o auxílio das Forças de Segurança de Israel
SBT News
O Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ENUDH) apelou às Forças de Segurança de Israel (ISF) a parar imediatamente a sua participação e apoio aos ataques dos colonos judeus aos palestinianos na Cisjordânia ocupada.
A região não fica na Faixa de Gaza, onde desde 7 de Outubro mais de 33 mil palestinos já morreram, mas também é reivindicada pela Palestina e Israel. Segundo o último boletim da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), entre 7 de outubro e 1 de abril, 444 palestinos, incluindo pelo menos 110 crianças, foram mortos na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental.
Nos últimos dois dias, a violência aumentou significativamente na região após o desaparecimento e assassinato de uma criança colona israelense, na última sexta-feira (12). O caso, segundo a UNRWA, "instigou dois dias de extrema violência entre os colonos em toda a Cisjordânia, resultando na morte de pelo menos quatro palestinos e em dezenas de feridos".
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Uma das vítimas foi uma criança da aldeia de Beitin, no centro da Cisjordânia. Os colonos atacaram e destruíram propriedades palestinas, incluindo casas, veículos e equipamento agrícola. A aldeia de Al Mughayyer, no norte da Cisjordânia, foi particularmente afetada pela violência, com pelo menos 40 palestinos feridos.
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Numa conferência de imprensa em Genebra, Ravina Shamdasania, porta-voz da agência da ONU para os Direitos Humanos, afirmou que "a escalada da violência nos últimos dias é motivo de grande preocupação".
"Os palestinos têm sido sujeitos a ondas de ataques por parte de centenas de colonos israelitas, muitas vezes acompanhados ou apoiados pelas Forças de Segurança Israelitas (ISF)", afirmou Shamdasani em relatório. Ela também instou Israel, como "potência ocupante", a tomar medidas para "restaurar e garantir, tanto quanto possível, a ordem e a segurança públicas na Cisjordânia ocupada".
Ainda segundo a porta-voz, as autoridades israelenses devem evitar novos ataques, e responsabilizar os responsáveis.
"As pessoas razoavelmente suspeitas de atos criminosos, incluindo homicídio ou outras mortes ilícitas, devem ser levadas à justiça através de um processo judicial que cumpra as normas internacionais de direitos humanos, após uma investigação rápida, imparcial, independente, eficaz e transparente", conclui.