ONU anuncia expansão da ajuda humanitária em Gaza após início do cessar-fogo
Organização promete aumento no envio de alimentos, suprimentos médicos e abrigos nos primeiros 60 dias após fim do conflito

SBT News
com informações da Reuters
A Organização das Nações Unidas (ONU) planeja ampliar a entrega de ajuda humanitária em Gaza nos primeiros 60 dias do cessar-fogo no enclave palestino, informou uma alta autoridade das Nações Unidas nesta quinta-feira (9), horas após o Hamas anunciar o fim da guerra contra Israel.
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O pacto, que deve entrar em vigor 24 horas após a reunião do governo israelense, permitirá a entrada de comboios de caminhões com alimentos e suprimentos médicos, além da libertação de reféns e da retirada parcial das forças israelenses.
"Nosso objetivo é aumentar o fluxo de suprimentos para centenas de caminhões por dia. Ampliar o fornecimento de alimentos em Gaza para atender 2,1 milhões de pessoas em insegurança alimentar e cerca de 500 mil que necessitam de apoio nutricional”, afirmou o chefe de ajuda humanitária da ONU, Tom Fletcher.
A Cidade de Gaza e regiões vizinhas enfrentam uma fome em rápida expansão, que já atinge mais de meio milhão de palestinos, segundo relatório de agosto do Monitor Global da Fome (IPC). Israel havia bloqueado a entrada de alimentos por quase três meses neste ano, flexibilizando as restrições em julho. Apesar disso, a ONU afirma que o volume atual de assistência ainda é insuficiente, apontando que as restrições militares e a falta de segurança dificultam a distribuição.
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Fletcher acrescentou que a ONU também fornecerá auxílio financeiro a 200 mil famílias para cobrir necessidades básicas de alimentação e que pretende restaurar o sistema de saúde destruído durante o conflito, com o envio de novos suprimentos médicos.
"Agora, faremos uma grande ampliação no fornecimento de abrigos temporários, ajudando as famílias a se prepararem para o inverno. Enviaremos e distribuiremos milhares de barracas, lonas e outros materiais toda semana”, disse Fletcher, destacando que o foco será nas famílias mais vulneráveis.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que será preciso eliminar barreiras burocráticas e garantir acesso seguro e contínuo para os trabalhadores humanitários executarem o plano.
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Mais cedo, o negociador do Hamas em Gaza, Khalil al-Hayya, declarou que o grupo recebeu garantias dos Estados Unidos, de mediadores árabes e da Turquia de que a guerra em Gaza chegou ao fim de forma definitiva. Segundo ele, o acordo inicial prevê a libertação de 250 prisioneiros palestinos, a retirada das forças de ocupação, a entrada de ajuda humanitária e a reabertura da passagem de Rafah em ambas as direções, além da libertação de todas as mulheres e crianças detidas.