Oficial do Hamas diz que morte de Haniyeh não ficará sem resposta
Declaração eleva preocupação da comunidade internacional, que teme por uma expansão da guerra entre Hamas e Israel
O alto funcionário do Hamas, Moussa Abu Marzouk, classificou o assassinato de Ismail Haniyeh como “um ato covarde” e disso que a ação não ficará sem resposta. O líder do grupo palestino foi morto nesta quarta-feira (31), em um ataque aéreo em Teerã, capital do Irã. A suspeita é que o bombardeio tenha sido feito por forças israelenses.
Haniyeh estava à frente do Hamas desde 2017. Quando chegou ao poder, ele era visto como um moderado da ala política, aberto ao diálogo com Israel. Apesar de ser líder do grupo palestino, predominante na Faixa de Gaza, Haniyeh vivia em Doha, no Catar. Ele estava no Irã para participar da posse do presidente Masoud Pezeshkian.
Além de Moussa Abu Marzouk, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, também se pronunciou. Em comunicado, ele disse que a vingança será um dever do país. "O regime sionista criminoso e terrorista martirizou nosso querido hóspede em nossa casa e nos deixou tristes, mas também preparou uma punição severa para si mesmo.”
As declarações elevam a preocupação da comunidade internacional, que teme por uma expansão da guerra entre Hamas e Israel. Até o momento, o conflito, iniciado após o grupo palestino atacar um festival de música em 7 de outubro, já deixou mais de 35 mil mortos na Faixa de Gaza, além de quase 2 milhões de deslocados na região.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia condenou a morte de Haniyeh, culpando Israel. A pasta afirmou que o ato pode escalar a guerra em Gaza a uma escala regional e provocar conflitos maiores, “provando que o governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu não tem intenção de alcançar a paz".
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Os Estados Unidos também se pronunciaram. O secretário de Defesa, Lloyd Austin, disse que não tinha detalhes sobre o assassinato de Haniyeh, mas que espera que a expansão da guerra possa ser evitada. "Mais uma vez, faremos tudo o que pudermos para garantir que as coisas se transformem em um conflito mais amplo em toda a região."