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O que é a Síndrome da Pessoa Rígida, que afeta a cantora Céline Dion

A Síndrome da Pessoa Rígida obrigou a canadense, voz de sucessos como "My Heart Will Go On", da trilha sonora de Titanic (1997), a se afastar dos palcos

Imagem da noticia O que é a Síndrome da Pessoa Rígida, que afeta a cantora Céline Dion
A cantora canadense Céline Dion tem 56 anos | Reprodução/Redes sociais
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"Não vou parar". Com a voz embargada, é assim que a cantora Céline Dion, de 56 anos, fala sobre as dificuldades enfrentadas após ser diagnosticada com uma síndrome neurológica rara e incurável, em 2022, no documentário "Eu sou: Céline Dion", que estreou em junho.

A Síndrome da Pessoa Rígida obrigou a canadense, voz de sucessos como "My Heart Will Go On", da trilha sonora de Titanic (1997), a se afastar dos palcos. A doença neurológica faz com que a musculatura fique enrijecida, além de causar espasmos e dores musculares.

+ Céline Dion fala sobre doença rara e dificuldades em novo documentário

No longa, a artista – que vendeu mais de 250 milhões de álbuns ao longo de sua carreira – afirma que está "trabalhando muito" para voltar aos palcos. "Sinto muita falta disso. Das pessoas. Sinto falta delas", diz Céline.

Céline Dion chora em documentário ao falar da saudade dos palcos | Reprodução/Youtube
Céline Dion chora em documentário ao falar da saudade dos palcos | Reprodução/Youtube

Para entender melhor a condição enfrentada por Céline Dion, o SBT News conversou com o médico Lucio Huebra, neurologista do Hospital Sírio-Libanês.

Segundo o médico, a Síndrome da Pessoa Rígida é uma doença autoimune muito rara, que atinge cerca de 1 a 2 pessoas a cada milhão de habitantes. Seu início geralmente ocorre entre os 30 e 50 anos, com as mulheres sendo duas vezes mais atingidas.

Anticorpos são produzidos de forma indevida pelo corpo e atacam uma enzima chamada GAD, o que diminui a produção de um neurotransmissor fundamental para o relaxamento muscular. Com o enrijecimento da musculatura, principalmente na parte do tronco e nos membros, os pacientes começam a ter dificuldade para caminhar, além de apresentarem espasmos e dores musculares.

A doença é crônica e incurável, explica o doutor Huebra. Porém, tratamentos como a infusão de imunoglobulina e o uso de medicamentos imunomoduladores garantem a melhora dos sintomas e evitam a progressão da síndrome.

"Além disso, diversos outros medicamentos são usados para melhora da qualidade de vida e conforto do paciente, aliviando a rigidez muscular, dores e os espasmos", diz o neurologista.

"Ainda não consigo usar minha voz", diz Céline

No documentário, a cantora – ganhadora de 5 Grammys – desabafa que sente falta do contato com o público e de subir em um palco para cantar. "Ainda não consigo usar minha voz", revela Céline.

Segundo o médico Lucio Huebra, isso acontece porque a Síndrome da Pessoa Rígida causa um enrijecimento da caixa torácica, dificultando assim os movimentos respiratórios que são importantes para a emissão da voz.

"Os pacientes apresentam ainda espasmos frequentes desta musculatura, o que pode também atrapalhar o controle do ar durante a vocalização", afirma o neurologista.
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