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Netanyahu critica pausa nos ataques em Gaza para entrada de ajuda humanitária: "Inaceitável"

Ministro da Segurança Nacional também se manifestou contra trégua diária; plano, no entanto, continuará em vigor

Netanyahu critica pausa nos ataques em Gaza para entrada de ajuda humanitária: "Inaceitável"
Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu | Flickr
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, criticou o plano do exército de fazer pausas diárias em ataques no sul da Faixa de Gaza para facilitar a entrega de ajuda humanitária. Segundo um funcionário do gabinete, o premiê classificou a decisão, anunciada pelo exército no domingo (17), como “inaceitável”.

+ Oito militares israelenses morrem após explosão de veículo em Rafah

"Quando o primeiro-ministro ouviu os relatos de uma pausa humanitária de 11 horas pela manhã, ele se virou para seu secretário militar e deixou claro que isso era inaceitável para ele", disse o funcionário israelense à Reuters.

Pelas redes sociais, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, também se manifestou contra o plano de trégua, afirmando que o responsável pela decisão era um “tolo” e deveria perder o cargo. Ele disse ainda que a medida foi anunciada sem ter sido apresentada ao gabinete e que o plano não condiz com as decisões do governo.

Apesar das críticas, a trégua diária não foi suspensa. Conforme anunciado pelos militares, o período de pausa será de 11 horas diárias, entre 2h e 13h (horário de Brasília), na estrada que liga a passagem de fronteira de Kerem Shalom – que fica próximo de Khan Yunis – à rodovia Salah al-Din. A distância entre os dois pontos é de aproximadamente 170 km.

O plano israelense foi anunciado após pressão da comunidade internacional pelo aumento da entrada de ajuda humanitária em Gaza – onde quase todos os habitantes estão sofrendo de insegurança alimentar aguda grave. Em maio, a Organização das Nações Unidas (ONU) precisou suspender as distribuições em Rafah, no sul, por falta de suprimentos.

Isso porque as forças israelenses assumiram o controle da passagem de Rafah, que faz fronteira com o Egito, uma das únicas utilizadas para a entrega de ajuda humanitária em Gaza. Muitos envios foram bloqueados pelos militares, o que acabou reduzindo drasticamente a quantidade de alimentos disponíveis para entrega na região.

De 6 de maio a 6 de junho, por exemplo, a ONU recebeu uma média de 68 caminhões de ajuda humanitária por dia. O número ficou significativamente abaixo dos 168 veículos que atravessaram a fronteira por dia em abril e muito longe dos 500 caminhões por dia que os grupos internacionais dizem ser necessários para suprir a demanda em Gaza.

Acordo de cessar-fogo

No começo de junho, a ONU aprovou a proposta de cessar-fogo sugerida pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O plano é composto por três fases, que englobam a libertação de reféns israelenses pelo Hamas, a retirada do exército de Israel de Gaza e o fim das hostilidades. Por fim, o texto prevê meios para a reconstrução de Gaza.

Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos Estados Unidos na ONU, afirmou que Israel já concordou com a resolução. O mesmo foi dito pelo secretário de Estado de Washington, Antony Blinken, que, durante viagem ao Oriente Médio, reafirmou o compromisso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, com a proposta.

Apesar das alegações, Netanyahu ainda não se pronunciou oficialmente sobre o acordo, o que vem provocando tensão entre militantes do Hamas. O grupo aceitou a resolução, enviando sua resposta ao Catar e ao Egito, que atuam como mediadores nas negociações. Na última semana, a resposta chegou a Washington.

"O Hamas propôs inúmeras mudanças na proposta que estava sobre a mesa. Algumas das mudanças são viáveis. Outras não. Temos que analisar ao longo dos próximos dias se essas lacunas são transponíveis”, disse Blinken.

+ Comissão de inquérito da ONU acusa Israel de extermínio e Hamas de crimes de guerra

Essa é a primeira vez que um acordo de cessar-fogo avança entre Israel e Hamas. A guerra começou em 7 de outubro de 2023, logo depois que militantes do Hamas atacaram o sul de Israel, matando 1,2 mil pessoas. A ofensiva israelense, por sua vez, já resultou na morte de mais de 37 mil pessoas, além do deslocamento de 80% da população de Gaza.

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