Netanyahu admite que aprovou explosões de pagers no Líbano
Declaração do premiê israelense foi dada durante reunião do Conselho de Ministros; ataque deixou 37 mortos
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, admitiu pela primeira vez, no domingo (10), que aprovou o ataque efetuado contra o grupo extremista libanês Hezbollah, no qual centenas de dispositivos de comunicação explodiram. A declaração, relatada pela mídia israelense, foi dada durante reunião do Conselho de Ministros.
"A operação de pager e a eliminação do [líder do Hezbollah, Hassan] Nasrallah foram realizadas apesar da oposição de altos funcionários da defesa e dos responsáveis por eles no escalão político", disse Netanyahu, segundo o Times of Israel, em uma crítica ao ministro da Defesa Yoav Gallant – demitido pelo premiê na última semana.
Até então, o ataque, realizado em meados de setembro, não havia sido reivindicado por Israel – apesar de o Hezbollah já ter culpado o país pelo ocorrido. Ao todo, as explosões de pagers, combinadas com o ataque contra walkie-talkies no dia seguinte, deixaram 37 mortos e quase 3 mil feridos no Líbano – a maioria civis.
Os ataques intensificaram as hostilidades entre Israel e Hezbollah. O grupo extremista lançou dezenas de ataques contra Israel, que respondeu com uma onda de bombardeios contra o Líbano. O Irã, que apoia o Hezbollah, também entrou no conflito, lançando cerca de 180 mísseis em direção a Tel Aviv. Israel respondeu pouco tempo depois.
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A escalada dos conflitos acendeu um alerta na comunidade internacional, que teme uma guerra regional no Oriente Médio. Isso porque os combates entre Israel e Hezbollah acontecem em meio à guerra na Faixa de Gaza, onde Israel tenta “destruir” o grupo extremista Hamas – parceiro do Hezbollah.