Navio que refaz expedição histórica de Charles Darwin chega às Ilhas Galápagos, no Equador
Embarcação partiu de Plymouth, na Inglaterra, mesmo porto em que havia saído, em 1831, a expedição que mudaria a história da ciência
Marcelo Torres
Depois de oito meses de viagem, um navio que refaz a expedição histórica de Charles Darwin chegou às Ilhas Galápagos, no Equador, lugar que inspirou o biólogo a criar a teoria da evolução das espécies.
O navio de bandeira holandesa Oosterschelde partiu de Plymouth, na Inglaterra, sob aplausos e curiosidade. Deste mesmo porto havia saído, em 1831, a expedição que mudaria a história da ciência.
Aos 22 anos, um jovem Charles Darwin interessado em estudar e catalogar espécies seguiu viagem até a Austrália, tendo pelo caminho toda a América do Sul, com passagem pelos litorais brasileiro e argentino, contornando a chamada "terra do fogo" e subindo pela costa oeste do continente, o que incluía uma parada no arquipélago de Galápagos, com sua fauna exuberante e única, por causa da distância do continente.
As observações feitas ali o inspiraram a escrever a teoria da evolução das espécies, um marco científico.
A viagem que agora está sendo refeita segue o mesmo trajeto do navio que levou o cientista britânico. A diferença é que o projeto "Darwin 200" chama a atenção para desafios modernos, que não eram conhecidos no século XIX, entre eles, o aquecimento global.
Ao longo do caminho, jovens ativistas ambientais falam sobre a conservação do planeta, mas também registram o que sobrou de natureza intocada.
Em Fernando de Noronha, a equipe testemunhou mais de 500 golfinhos dando saltos de até 30 metros no ar.
A passagem pelo Rio de Janeiro fez parte de uma aula a bordo, para estudantes do mundo inteiro.
O navio usado desta vez, recém reformado, tem o dobro do tamanho daquele utilizado por Darwin e capacidade para 24 pessoas.
Os tripulantes ajudam a resolver problemas que encontram pelo caminho, como um derramamento de óleo no Peru. O coordenador científico do projeto diz que um equipe analisou as consequências do desastre e outra falou sobre sustentabilidade com a população local. Rolf Shreuder afirma é preciso proteger o meio ambiente para ter uma economia saudável.
Chegar a Galápagos é um dos pontos altos da viagem, que ainda deve durar mais um ano. Quanto mais perto do bicentenário da expedição, mais o arquipélago fica no centro das atenções.