Mortes em Gaza passam de 20 mil com guerra entre Israel e Hamas
Mais de 53 mil civis também estão feridos; ajuda humanitária não consegue chegar para todos
Camila Stucaluc
Mais de 20 mil palestinos foram mortos na Faixa de Gaza em meio à guerra entre Israel e Hamas. A informação foi divulgada nesta 6ª feira (22.dez) pelo Ministério da Saúde da região, que vem monitorando os óbitos desde o início do conflito, em 7 de outubro. Segundo a pasta, o número equivale a quase 1% da população do território antes da guerra.
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Em relação aos feridos, o número passa de 53 mil. Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que não há mais hospitais funcionando no Norte de Gaza, enquanto o Sul, onde a maioria dos civis estão se refugiando, conta com apenas nove das 36 instalações de saúde funcionando parcialmente. Todas enfrentam superlotação.
O cenário sem precedentes fez com que a Organização das Nações Unidas (ONU) apelasse, novamente, por um cessar-fogo imediato em Gaza. Isso porque, além dos mortos e feridos, mais de um em cada quatro palestinos estão passando fome conforme com um levantamento do Programa Mundial de Alimentos (PMA), apontando para os piores níveis de insegurança alimentar.
"Não podemos ficar parados vendo as pessoas morrerem de fome. O acesso humanitário é necessário agora para que os suprimentos fluam para dentro e em toda a Gaza e para que os civis recebam ajuda que salva vidas com segurança. Mais do que tudo, o que é necessário agora é paz. O PAM reitera o apelo por um cessar-fogo humanitário - o mundo deve se unir agora para salvar vidas”, disse a diretora executiva do PMA, Cindy McCain.
A guerra entre Israel e Hamas caminha para o quarto mês. O exército israelense segue avançando em Gaza, mirando, sobretudo, escolas e unidades de saúde, onde alegam ter informações sobre túneis e salas de comando do grupo extremista. Até o momento, 21 mil pessoas foram mortas de ambos os lados da fronteira.
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Nesta semana, Israel e Hamas participaram de novas negociações para um cessar-fogo temporário em Gaza, visando a troca de reféns e prisioneiros. O diálogo, mediado por representantes do Egito e do Catar, no entanto, não foi satisfatório. Na 5ª feira (21.dez), o Hamas suspendeu as negociações após Israel se recusar a promover um cessar-fogo total.