Jornal revela envolvimento do PCC no futebol de Portugal
Segundo reportagem do jornal Publico, facção criminosa brasileira está usando um clube da terceira divisão do país para lavar dinheiro
SBT News
O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) anunciou a abertura de investigações sobre possíveis irregularidades envolvendo o Primeiro Comando da Capital (PCC), maior organização criminosa do Brasil, em times do país. A medida surge após reportagem do jornal Publico revelar que o futebol português é usado pela facção para lavar dinheiro.
O esquema investigado inclui financiamentos de origem ilícita em clubes e em transferências de jogadores. Segundo a reportagem, a facção assumiu o controle da Associação Desportiva de Fafe, clube da Liga 3 (terceira divisão), após tentativas frustradas de adquirir sociedades anônimas desportivas de outros clubes, como Varzim, Vilaverdense e Felgueiras.
No centro das operações está Ulisses de Souza Jorge, agente de jogadores brasileiro, proprietário da empresa UJ — Football Talent, com sede em Portugal e filiais no Brasil. Apesar de estar impedido, por lei, de integrar o capital de uma SAD, ele teria articulado operações por meio de sócios indicados. Ulisses também é conhecido por sua atuação na transferência de Éder Militão, do FC Porto para o Real Madrid, em negócio avaliado em 50 milhões de euros e agora sob investigação.
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Ulisses contou com a parceria de Christiano Lino de Menezes, suposto integrante de alto escalão do PCC, investigado por crimes no Brasil, incluindo tentativa de assalto ao Banco do Brasil em 2010.
O caso também envolve Jorge Fernandes, presidente do Fafe, que firmou acordo com os empresários investigados. Fernandes foi condenado recentemente a uma pena suspensa de três anos de prisão e multa de 45 mil euros por falsificação de documentos e auxílio à imigração ilegal.