Jornada de trabalho de 4 dias é aprovada por 95% das empresas em Portugal
Modelo foi testado por 41 companhias em 2023; trabalhadores ganharam mais tempo com a família e reduziram sintomas de exaustão
A jornada de trabalho de quatro dias está fazendo sucesso em Portugal. Segundo uma pesquisa do governo, 95% das 41 empresas que implementaram o modelo, durante o segundo semestre de 2023, avaliaram a experiência como positiva. Em meio ao sucesso, o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social disse avaliar continuar com o projeto.
A jornada de quatro dias de trabalho é conhecida como 100-80-100, isto é, 100% de pagamento do salário, trabalhando 80% do tempo e mantendo 100% da produtividade. O projeto piloto foi realizado em uma empresa na Nova Zelândia e, com o sucesso, a menor jornada começou a ganhar espaço em diferentes empresas pelo mundo.
Em Portugal não foi diferente. Os dados do governo apontam que a jornada reduzida aumentou o ganho dos trabalhadores em termos de conciliação entre a vida profissional, pessoal e familiar. Se antes essa harmonização era difícil ou muito difícil para 46% dos envolvidos, o percentual baixou para 8% após quase seis meses de experiência.
“65% dos trabalhadores declaram ter passado mais tempo com a família após o início da redução horária. Isto reflete-se, também, na redução em 19% de sintomas de exaustão associada ao trabalho. A frequência de outros sinais negativos a nível de saúde mental também registou uma redução: o índice de ansiedade diminuiu em 21%; o de fadiga em 23%; o de insônia ou problemas de sono em 19%”, compartilhou o governo.
Em média, a experiência da semana de quatro dias envolveu uma redução de 13,7% das horas semanais, de uma média de 39,3 para 34 horas, reportada pelas empresas. Em 58,8% das empresas foi proporcionado um dia livre por semana (sexta-feira, por exemplo), enquanto 41,5% optaram por uma quinzena de nove dias úteis de trabalho.
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As 41 empresas que participam do projeto situam-se em 10 distritos (com Lisboa, Porto e Braga como principais localizações) e operam sobretudo no setor social, da indústria e do comércio. Dos trabalhadores inquiridos, 85% disseram que avaliariam mudar para uma empresa com um funcionamento a cinco dias, após ter trabalhado no modelo de quatro dias, mas apenas mediante um aumento salarial superior a 20%.