Israel determina reforço da segurança em missões internacionais após morte de funcionários nos EUA
Vítimas foram identificadas como Yaron Lischinsky e Sarah Milgrim; ambos ficariam noivos nos próximos dias

Camila Stucaluc
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, determinou, na manhã desta quinta-feira (22), o reforço da segurança em missões israelenses ao redor do mundo. A medida foi anunciada após dois funcionários da embaixada de Israel nos Estados Unidos serem mortos a tiros no país.
Segundo a polícia norte-americana, o crime aconteceu na noite de quarta-feira (21), quando as vítimas saíam de um evento no Museu Judaico de Washington. Os funcionários, um homem e uma mulher, foram baleados à queima-roupa por um morador de Chicago, identificado como Elias Rodriguez.
Elias tentou fugir, entrando no museu, mas foi capturado por um segurança. Ao ser detido, ele confessou os assassinatos e informou o lugar onde havia descartado a arma utilizada no crime. Depois, enquanto algemado, gritou várias vezes “Palestina livre”. Ele permanece sob custódia.
A motivação do crime ainda será apurada pelos policiais, que também investigarão se o ataque tem “laços com o terrorismo”. Autoridades como o presidente Donald Trump e a prefeita de Washington, Muriel Bowser, contudo, já apontaram que o ato foi “baseado no antissemitismo” e que a prática não será tolerada no país.
O mesmo foi dito por Netanyahu, que disse estar “indignado” com o caso. “Meu coração lamenta pelas famílias dos jovens amados, cujas vidas foram interrompidas em um momento por um assassino antissemita abominável. Somos testemunhas do terrível custo do antissemitismo e da incitação selvagem contra o Estado de Israel. Isso deve ser combatidos ao máximo”, afirmou o premiê israelense.
Yechiel Leiter, embaixador de Israel nos Estados Unidos, disse que as vítimas, identificadas como Yaron Lischinsky e Sarah Milgrim, eram um casal que estava prestes a ficar noivo. Segundo ele, o homem havia comprado um anel nesta semana “com intenção de propor nos próximos dias, em Jerusalém”.

Em comunicado, o Museu Judaico de Washington lamentou o caso e expressou solidariedade aos familiares das vítimas, dizendo que toda a equipe está com o “coração partido”. O embaixador de Israel na Organização das Nações Unidas (ONU), Danny Danon, por sua vez, afirmou que os assassinatos foram um ataque contra Israel, a comunidade judaica e contra os próprios Estados Unidos.
Guerra em Gaza
O ataque contra os funcionários ocorreu em meio à intensificação da ofensiva israelense contra o Hamas, na Faixa de Gaza. Desde outubro de 2023, o enclave palestino vem sofrendo com bombardeios aéreos e terrestres, resultando na morte de mais de 50 mil pessoas e no deslocamento de 90% da população.
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Além do aumento das hostilidades, Israel continua limitando a entrada de ajuda humanitária em Gaza, após dois meses de bloqueio. O objetivo, segundo os militares, é pressionar ainda mais o Hamas a libertar os 59 reféns restantes – capturados no ataque de 7 de outubro de 2023. A ação é duramente criticada pela comunidade internacional, que acusa o país de agravar a fome no enclave palestino.