Sobe para 400 número de mortos em Gaza após ataque de Israel, que ameaça aumentar força militar
De acordo com os israelenses, o Hamas tem se recusado a liberar reféns
Camila Stucaluc
O governo de Israel ameaçou aumentar a força militar na Faixa de Gaza caso o Hamas não liberte os reféns capturados em outubro de 2023. A declaração foi feita nesta terça-feira (18), horas após o país lançar novos bombardeios no enclave palestino – os mais pesados desde o cessar-fogo de janeiro –, deixando mais de 400 mortos.
“O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa, Israel Katz, instruíram as Forças de Defesa a tomar medidas fortes contra o Hamas na Faixa de Gaza. Isso segue a recusa repetida do Hamas em libertar nossos reféns. Israel irá, a partir de agora, agir contra o Hamas com força militar crescente”, disse o gabinete do premiê, em nota.
O mesmo foi afirmado pelo embaixador de Israel na Organização das Nações Unidas (ONU), Danny Danon. Pelas redes sociais, o diplomata disse que o Conselho de Segurança se reunirá ainda hoje para debater a situação em Gaza, ressaltando que “está na hora do mundo levar a sério o compromisso de Israel resgatar seus reféns”.
"Nada nos impedirá de lutar para libertar nossos reféns que foram mantidos em cativeiro brutal do Hamas por 527 dias. Não mostraremos misericórdia contra nossos inimigos enquanto nossos reféns definham nos túneis de terror do Hamas”, escreveu.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, os novos ataques israelenses deixaram 420 mortos, incluindo mulheres e crianças. Em comunicado, o militante do Hamas Izzat al-Rishq se dirigiu ao premiê Netanyahu, dizendo que a volta dos bombardeios era “uma decisão de sacrificar os prisioneiros da ocupação e impor uma sentença de morte a eles".
Israel e Hamas entraram em cessar-fogo em 19 de janeiro. O acordo, dividido em três etapas, estipula uma trégua total das hostilidades, aumento da ajuda humanitária em Gaza e a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos detidos em Israel.
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Na prática, a primeira fase do cessar-fogo terminou em 1º de março. Israel e o Hamas chegaram a negociar uma extensão da trégua, mas não chegaram a um acordo. O impasse irritou Israel, que interrompeu a entrada de ajuda humanitária no território palestino. Agora, com os ataques, o governo pressiona o Hamas a devolver os reféns.