Guerras em curso fazem com que G20 não chegue a consenso, diz Haddad
'Houve recuo em relação à redação do ano passado', disse ministro da Fazenda brasileiro no encerramento das reuniões do G20 em São Paulo
Lis Cappi
A continuidade das guerras, entre Israel e Hamas e entre Rússia e Ucrânia, impediram que o G20 chegasse a um consenso e elaborasse um comunicado oficial. A falta de desfecho foi confirmada nesta quinta-feira (29), pelo ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, em entrevista coletiva no encerramento das atividades da reunião em São Paulo.
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A reunião do Grupo dos Vinte (G20) ocorreu nessa semana em São Paulo. Fazem parte do grupo as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia, além da União Africana. Juntos, os países produzem cerca de 85% do PIB mundial. Normalmente, os encontros chegam ao fim com um comunicado oficial, que representa o entendimento de países.
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Haddad atribuiu a mudança às guerras. O ministro lembrou que a reunião de 2023, realizada na Índia, chegou a uma conclusão. À época, o G20 disse haver compromisso de todos os países para uma cooperação econômica internacional, voltada para a busca de soluções para o mundo.
"Houve um recuo em relação à redação que foi conseguida no ano passado. Obviamente que diz respeito aos conflitos em curso. E há opiniões diferentes em relação a eles", afirmou Haddad.
Apesar da falta de um comunicado oficial, Haddad sustenta que houve consenso ligado às perspectivas econômicas. "A tarefa dos ministros da Fazenda foi 100% cumprida e nós vamos divulgar aquilo que seria o consenso da trilha financeira", declarou.
Hoje foi o primeiro dia das reuniões do G20 em São Paulo em que Haddad conseguiu participar presencialmente. No começo da semana ele tinha sido diagnosticado com covid-19 e teve de participar remotamente dos painéis. Nesta quinta, testou negativo e pode ir ao evento.