Ex-presidente do Peru é condenado a mais de 20 anos de prisão por corrupção
Autoridades acusaram Alejandro Toledo de receber quase R$ 200 milhões de propina da construtora brasileira Odebrecht
O ex-presidente do Peru Alejandro Toledo foi condenado, nesta segunda-feira (21), a 20 anos e 6 meses de prisão por crime envolvendo a construtora brasileira Odebrecht — acusada de pagar milhões em propinas para governos na América Latina e outras autoridades.
+ Israel afirma ter encontrado bunker do Hezbollah embaixo de hospital
Toledo teria aceitado US$ 35 milhões (quase R$ 200 milhões) da Odebrecht em troca de autorização para construir uma rodovia no país. A condenação, feita pelo Tribunal Superior Nacional de Justiça Criminal Especialista, em Lima, acontece após anos de disputas legais, entre elas uma sobre a possibilidade de Toledo ser extraditado dos Estados Unidos.
A juíza Inés Rojas disse que as "vítimas de Toledo" são os peruanos que confiaram nele como presidente, de 2001 a 2006. Segundo ela, o cargo de Toledo requeria que ele "gerenciasse as finanças públicas" e fosse responsável por "proteger e garantir o correto" uso de recursos, mas fez o contrário e "fraudou o Estado".
Em 2016, a Odebrecht admitiu às autoridades dos Estados Unidos que comprou contratos de governos por meio de propinas. Segundo uma investigação nos EUA, foram reunidas provas de crimes semelhantes no México, Guatemala e Equador.
No Peru, Toledo é acusado junto de outros três ex-presidentes de terem recebido dinheiro da Odebrecht. A rodovia Interoceânica ou Estrada do Pacífico, que liga Peru e Brasil, custaria inicialmente US$ 507 milhões (quase R$ 2.9 bilhões), mas o governo peruano acabou pagando US$ 1.25 bilhão (mais de R$ 7.1 bilhões).
*Com informações da AP News