EUA e China anunciam encontro na Suíça para debater guerra comercial
Reunião entre o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro de Pequim, He Lifeng, será realizada entre 9 e 12 de maio

Camila Stucaluc
Autoridades dos Estados Unidos e da China anunciaram, nesta terça-feira (7), que se reunirão na Suíça, entre os dias 9 e 12 de maio, para negociar as tarifas de importação. Atualmente, os países encontram-se em uma guerra comercial, na qual os produtos chineses sofrem taxas de 145%, enquanto as importações norte-americanos enfrentam tarifas de 125%.
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Segundo o Ministério das Relações Exteriores da China, o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, foi o escolhido para comparecer à reunião. Washington, por sua vez, será representado pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante de Comércio Nacional, Jamieson Greer.
“Com base nos interesses da China e dos apelos da indústria e dos consumidores dos EUA, a China decidiu retomar o diálogo com os EUA. Há um velho ditado chinês: 'Ouça o que se diz e observe o que se faz'. Se os EUA disserem uma coisa e fizerem outra, ou tentarem usar as conversas como disfarce para continuar com coerção e chantagem, a China jamais aceitará”, disse o governo chinês.
O avanço do diálogo entre China e Estados Unidos acontece após semanas de relutância, sobretudo de Pequim, que chegou a prometer “lutar até o fim” contra as tarifas norte-americanas. No novo comunicado, contudo, o governo chinês disse que considerou as expectativas globais para aceitar a reunião, uma vez que a guerra comercial entre os países desencadeou turbulência nos mercados financeiros.
Entenda a guerra comercial
A guerra comercial entre Estados Unidos e China começou após Trump implementar tarifas retaliatórias para 185 países e regiões, incluindo Pequim. O anúncio teve grande repercussão internacional, o que fez o republicano adiar a medida por 90 dias, mantendo um imposto mínimo de 10% aos países. A decisão, contudo, não englobou a China, que havia retaliado a medida.
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O embate escalou com as semanas e terminou com Washington impondo uma tarifa de 145% contra a China. Pequim, por sua vez, aplicou taxas de 125% sobre as importações dos Estados Unidos e suspendeu negócios com 18 empresas norte-americanas. O país também começou a procurar novos parceiros comerciais para garantir a economia.