Entenda processo eleitoral que deu vitória a Maduro pela terceira vez seguida na Venezuela
O site do Conselho Nacional Eleitoral está fora do ar e números podem mudar; presidente liderou com 51% dos votos, frente a 44% do principal opositor
Venezuelanos foram às urnas, nesse domingo (28), escolher quem será presidente do país de 2025 a 2031. Reelegeram, por cerca de 51%, Nicolás Maduro frente ao principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, que alcançou 44%. O resultado indica uma diferença de 704 mil votos entre os dois candidatos. Como os dados finais ainda não foram divulgados, o site do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) está fora do ar, e esses números podem mudar.
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Com o resultado, Maduro permanecerá no poder por mais seis anos (mandato no país latino), totalizando, em 2031, 17 no poder. Hugo Chávez, líder da Revolução Bolivariana, ficou no posto por 14. A oposição, que tem apontado irregularidades no processo, contestou os números divulgados pelo CNE. Afirmou que, em suas contas, Urrutia teve 70% dos votos e Maduro, 30%.
Segundo a Justiça Eleitoral local, 59% dos eleitores participaram da votação — 13 pontos acima dos 46% registrados em 2018, quando Maduro conquistou segundo mandato.
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+ Urna eletrônica: assim como no Brasil, os venezuelanos exercem democracia via urna digital, mas há diferenças; após selecionado o candidato (que aparece por apoio do partido, por isso Maduro surge 13 vezes na cédula, enquanto González, três), o equipamento imprime uma via de comprovação do voto, que deve ser conferida e colocada dentro de uma segunda urna, em formato tradicional;
+ Ganhador: no país, para ser eleito presidente é necessário conquistar maioria dos votos válidos em um turno único e não há limite de reeleição;
+ Candidatos: eram 10 candidatos possíveis, mas apenas dois com relevância nas pesquisas, Maduro e Urrutia;
+ Conselho Nacional Eleitoral: a autoridade eleitoral é composta por cinco membros, sendo três alinhados ao chavismo e dois à oposição. O presidente do CNE, Elvis Amoroso, é próximo de Maduro. Político de carreira, foi eleito em agosto de 2023 pela Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pelo chavismo;
+ Eleitor: voto não é obrigatório. Qualquer venezuelano que tenha mais de 18 anos pode participar. Dos quase oito milhões que não vivem no país, representando a última saída em massa da Venezuela, 68 mil tinham registro em dia, com possibilidade de votar;
+ Cargos: trata-se apenas da eleição para presidente. O pleito para a Assembleia Nacional será em 2025, quando 277 assentos são escolhidos.