Em comício com Beyoncé, Kamala Harris sai em defesa do direito ao aborto
Candidata democrata aproveitou passagem pelo Texas, estado republicano com diversas restrições ao procedimento, para mobilizar voto feminino
Em um comício no Texas com a presença da cantora Beyoncé, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, reforçou seu compromisso com o direito ao aborto e fez um apelo para mobilizar o voto feminino. Harris, que concorre à Casa Branca, abordou o impacto da anulação da Suprema Corte à proteção federal ao aborto, decisão possível pelo voto de três juízes indicados por Donald Trump.
Kamala destacou os desafios impostos às mulheres com as restrições ao aborto subsequentes à decisão, especialmente no Texas, onde o procedimento é fortemente limitado. O discurso, embora realizado em um estado republicano, visava também eleitores em estados decisivos. Harris acredita que a revogação do caso Roe v. Wade pode ser decisiva para sensibilizar os eleitores.
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A mensagem contou com o apoio de Beyoncé. A cantora, em uma rara aparição política, discursou ao lado de Harris. "Estou aqui como mãe, uma mãe que se preocupa profundamente com o mundo em que meus filhos e todos os nossos filhos vivem", afirmou a artista, conhecida por sua influência global. "Um mundo onde temos liberdade para controlar nossos corpos, um mundo onde não estamos divididos”, completou Beyoncé, que foi recebida com aplausos.
Harris enfatizou o que chama de "regressão de meio século" nas políticas de direitos reprodutivos, criticando as indicações de Trump para a Suprema Corte. Ela descreveu o impacto nas mulheres que enfrentam complicações de saúde, mas não conseguem atendimento adequado, e mencionou a queda no número de profissionais que optam pela especialização em saúde feminina.
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“Para quem está assistindo de outro estado, se você acha que está protegido das proibições de aborto de Trump porque mora em Michigan, Pensilvânia, Nevada, Nova York, Califórnia ou qualquer estado onde eleitores ou legisladores protegeram a liberdade reprodutiva, por favor, saiba: ninguém está protegido”, alertou Harris. “Porque uma proibição nacional de Donald Trump tornará o aborto ilegal em todos os estados.”
“Tudo isso para dizer, eleições importam”, disse ela.
O evento também contou com depoimentos de mulheres que enfrentaram complicações de saúde graves devido à falta de acesso ao aborto. Essas histórias, usadas em anúncios de campanha, buscam demonstrar como o problema vai além do direito de interromper uma gravidez.
Kamala Harris encerrou com uma mensagem de liberdade: “Na América, a liberdade não é algo a ser dado. Não é para ser concedido. Ela é nossa. Por direito. E isso inclui a liberdade fundamental de uma mulher tomar decisões sobre seu próprio corpo e não ter o governo dizendo o que fazer”, disse.