Eleições no Equador: Advogada de esquerda desafia presidente milionário nas urnas
Equatorianos decidem neste domingo (9) se dão mais tempo no poder a Daniel Noboa ou entregam governo a aliada de Rafael Correa

SBT News
As eleições presidenciais do Equador neste domingo (9) prometem ser uma repetição da corrida de 2023, quando os eleitores escolheram um jovem milionário conservador em vez da candidata de esquerda, indicada por Rafael Correa, o presidente mais influente do país nos último tempos.
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O atual presidente, Daniel Noboa, e Luisa González são os favoritos entre os 16 candidatos. Em comum, todos prometem reduzir o crime generalizado, que tem afetado a vida dos equatorianos há pelo menos quatro anos.
O aumento da violência no país sul-americano está ligado ao tráfico de cocaína produzida na vizinha Colômbia e no Peru. Tantos eleitores se tornaram vítimas de crimes que suas perdas pessoais e coletivas serão um fator determinante para decidir se o Equador deve ter um terceiro presidente no período de quatro anos ou se Noboa, que assumiu em 2023, merece mais tempo no cargo.
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A votação é obrigatória no Equador e quase 14 milhões de eleitores devem comparecer às urnas.
Para vencer no primeiro turno, um candidato precisa de 50% dos votos ou pelo menos 40%, com uma vantagem de 10 pontos percentuais sobre o opositor mais próximo. Se necessário, um segundo turno ocorrerá em 13 de abril.
Como está a situação política no Equador?
Noboa derrotou Luisa González no segundo turno de outubro de 2023, em uma eleição antecipada convocada após o então presidente Guillermo Lasso decidir dissolver a Assembleia Nacional e encurtar seu próprio mandato. Noboa e González, que foram parlamentares por poucos meses, iniciaram suas campanhas presidenciais em 2023.
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Noboa, de 37 anos, é herdeiro de uma fortuna construída no comércio de bananas. Sua carreira política começou em 2021, quando ele foi eleito para a Assembleia Nacional e presidiu a Comissão de Desenvolvimento Econômico. Ele fundou uma empresa de organização de eventos aos 18 anos e, em seguida, se juntou à Noboa Corp., empresa de seu pai, onde ocupou cargos de gestão nas áreas de transporte, logística e comércio.
Sob sua presidência, a taxa de homicídios caiu de 8.237, ou 46,18 por 100.000 pessoas, em 2023, para 6.964, ou 38,76 por 100.000 pessoas, no ano seguinte. Contudo, os números continuam muito acima dos 1.188 homicídios registrados em 2019, ou 6,85 por 100.000 pessoas.
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Quem são os candidatos favoritos
Luisa González, de 47 anos, ocupou vários cargos no governo durante a presidência de Rafael Correa, que governou o Equador de 2007 a 2017 com políticas conservadoras e de gastos elevados. Correa foi acusado de se tornar mais autoritário nos últimos anos de seu governo e foi condenado à prisão em um caso de corrupção.
González foi deputada de 2021 até maio de 2023, quando Lasso dissolveu a Assembleia Nacional. Ela era relativamente desconhecida para muitos eleitores até que o partido de Correa a escolheu como sua candidata para as eleições antecipadas.
- As informações são da Associated Press