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Eleições na França: primeiro-ministro de centro-direita vai renunciar após vitória da esquerda

Pesquisas apontam crescimento surpreendente da esquerda e da ultradireita neste ano; frente ampla barrou crescimento de extremistas

Eleições na França: primeiro-ministro de centro-direita vai renunciar após vitória da esquerda
Ala centrista, liderada pelo presidente Emmanuel Macron, deve ficar em segundo lugar | AP Photo/Louise Delmotte
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O primeiro-ministro da França, Gabriel Attal, anunciou neste domingo (7) que vai renunciar ao cargo nesta segunda-feira (8). A decisão foi tomada algumas horas após as projeções das eleições legislativas no país apontarem que o bloco de esquerda, Nova Frente Popular, conquistou a maior parte dos assentos no Congresso francês.

+ Eleições na França: Frente ampla barra avanço de extrema-direita, diz projeção

Attal pertence ao partido Renaissance (Renascimento), do presidente francês, Emmanuel Macron, e está no cargo desde o início de 2024. Ao anunciar a saída, disse que ser primeiro-ministro é "a honra de sua vida".

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O pedido de demissão do cargo não é comum, mas indica o reconhecimento de que não há maioria para governar. Mesmo anunciando a renúncia nesta segunda, Attal pode permanecer no cargo por mais alguns dias. Macron ainda precisa aceitar a rescisão e já sinalizou que não vai tomar uma decisão imediata, pois a Assembleia Nacional vai definir sua nova formação apenas em 18 de julho, e assim, escolher um primeiro-ministro.

+ Lula diz que união contra o extremismo na França “deve servir de inspiração para a América do Sul”

"O grupo político que eu representei nesta campanha, mesmo com um resultado três vezes maior do que o que era previsto, não tem uma maioria. De acordo com meus princípios, vou entregar amanhã de manhã minha demissão ao presidente da República”, disse Gabriel Attal.

Apesar da derrota dos governistas, houve uma frente ampla para barrar o avanço da extrema-direita, que conseguiu votação expressiva no primeiro turno. Macron e Attal passaram a última semana pedindo para que candidatos de seu partido, o Renascimento, que estavam em terceiro lugar, deixassem a disputa.

O mesmo aconteceu na esquerda, com o líder do partido França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, apoiando a desistência de candidatos da aliança de esquerda em distritos onde havia maior chance dos centristas vencerem os candidatos apoiados por Marine Le Pen (líder da extrema-direita) e Jordan Bardella.

"A esquerda está pronta para governar o país", disse Mélenchon.

Os resultados das projeções apontam que a esquerda terá entre 180 e 205 cadeiras na Assembleia Nacional; o bloco de centro-direita, de Emmanuel Macron, terá entre 164 e 174 assentos; já o Reagrupamento Nacional, terá entre 130 e 145 parlamentares.

O grupo de extrema-direita esperava conseguir maioria absoluta, mas o bom resultado no primeiro turno foi barrado pela frente ampla, que contou até mesmo com manifestações de jogadores da Seleção Francesa de Futebol, como o maior nome do futebol do país, Kyllian Mbappé, que pediu para a população ir às urnas e evitar o avanço de extremistas.

O resultado da frente ampla teve resultado também no engajamento recorde da população no pleito, com 67% dos eleitores tendo ido às urnas. O voto não é obrigatório na França.

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