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Direita radical vence eleição na Alemanha pela 1ª vez desde a Segunda Guerra Mundial

Partido Alternativa para a Alemanha (AfD) obteve a maioria dos votos na eleição estadual em Turíngia, e foi o segundo mais votado na região da Saxônia

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Manifestação contra a extrema-direita em Berlim, na Alemanha | Bodo Marks/DPA via AP
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O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) venceu uma eleição estadual na Alemanha neste fim de semana, marcando a primeira vez que uma legenda extremista ganha no país desde o fim do regime nazista.

O partido obteve 32,8% dos votos em Turíngia, no antigo leste comunista, e ficou bem próximo da vitória na Saxônia, obtendo 30,6% dos votos, ante 31,9% do União Democrática Cristã (CDU) de centro-direita, principal partido do país desde 1949, do qual a ex-primeira-ministra Angela Merkel é o nome mais conhecido.

O atual primeiro-ministro Olaf Scholz, do partido de centro-esquerda Social-Democrata da Alemanha (SPD), chamou os resultados de “amargos” e “preocupantes”. O SPD viu a sua representação nos estados cair e ficar atrás de partidos como o AfD e o partido populista de esquerda recém-criado Aliança Sahra Wagenknecht (BSW).

O BSW obteve 15,8% dos votos na Turíngia e quase 12% na Saxônia, enquanto o SPD obteve 6,1% e 7,3%, respectivamente.

“Nosso país não pode e não deve se acostumar com isso. A AfD está prejudicando a Alemanha. Está enfraquecendo a economia, dividindo a sociedade e arruinando a reputação do nosso país”, disse Scholz, acrescentando que as previsões mais "terríveis", de que políticos do SPD poderiam cair de um parlamento estadual pela primeira vez, não se materializaram.

O profundo descontentamento com o governo nacional, que tem tido repetidas brigas internas; o sentimento anti-imigração e o ceticismo em relação à ajuda militar alemã à Ucrânia estão entre os fatores que contribuíram para o apoio a partidos populistas na região, que é menos próspera do que o oeste da Alemanha, que ficou no bloco capitalista durante a Guerra Fria.

Representantes do CDU, BSW e do SPD e Verdes já afirmaram que não irão formar qualquer coalizão com a AfD, o que deve dificultar a formação de novos governos estaduais no país.

Uma terceira eleição estadual acontece em 22 de setembro em outro estado do leste, Brandemburgo, onde fica Berlim. A região é atualmente liderado pelo partido de Scholz. A próxima eleição nacional da Alemanha está prevista para daqui a pouco mais de um ano.

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