Crise na Venezuela testa liderança de Lula e Petro na América do Sul
Presidentes do Brasil e da Colômbia terão ligação nesta quarta (14) depois que México desistiu de tentar solução para impasse no processo eleitoral
Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Colômbia, Gustavo Petro, têm ligação marcada para esta quarta-feira (14) a fim de discutirem a situação da Venezuela. Os dois chefes de Estado foram surpreendidos pela decisão do México de deixar o debate acerca do impasse político na região.
Questionado por jornalistas se continuaria as tratativas com Lula e Petro, Andrés Manuel López Obrador respondeu na quinta-feira (13): “Agora não. Agora não, porque vamos esperar que o tribunal eleitoral resolva, já que há um processo (...) Então, vamos esperá-los”.
Além da ligação prevista para esta quarta entre os dois presidentes, o ministro das Relações Exteriores decidiu ir a Bogotá para encontrar seu homólogo, o chanceler colombiano, Luis Gilberto Murillo.
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Nesta semana, Murillo levantou a ideia de realizar um 2º turno na Venezuela, ideia compartilhada por integrantes do governo brasileiro. O assessor da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, chegou a levar a ideia a Lula, que analisa a proposta.
ONU QUESTIONA PROCESSO ELEITORAL
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório preliminar "confidencial" sobre eleições da Venezuela. O documento, produzido por um painel eleitoral independente, alega que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país não cumpriu medidas básicas de transparência e integridade essenciais para o pleito ser confiável.
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Embora o relatório da ONU tenha elogiado a logística da votação, o texto também afirma que não foram atendidos outros regulamentos, disposições legais e requisitos dentro do prazo eleitoral. Essas informações foram divulgadas pela agência de notícias Associated France Press e pela Associated Press, nessa terça-feira (13).
O comitê que produziu o documento viajou para a Venezuela um mês antes da votação para acompanhar a corrida eleitoral. A análise é considerada confidencial porque seria entregue apenas para o secretário-geral da ONU, António Guterres, mas ela foi divulgada e enviada também ao CNE da Venezuela.