Crise migratória: prefeitos de cidades nos EUA pedem ajuda a Biden
Governador republicano envia ônibus para “despachar” pessoas que entraram no país de forma ilegal
Patrícia Vasconcellos
A crise migratória que atinge as principais metrópoles dos Estados Unidos está despertando a preocupação dos prefeitos dos municípios, que pediram ajuda ao presidente Joe Biden para lidar com a situação.
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Conhecidas como “cidades santuário”, os locais estão recebendo milhares de imigrantes que cruzaram a fronteira de forma ilegal, sem conseguir ter capacidade para receber mais pessoas.
Em protesto, manifestantes carregaram cartazes contra a morte de um menino de cinco anos de idade, que entrou nos EUA ilegalmente com a família, vinda da América Central. A criança foi levada para um abrigo para menores em Chicago. Lá, ficou doente e morreu.
A cidade, que fica no estado de Illinois, recebeu cerca de 260 mil pessoas de forma ilegal desde agosto e pediu intervenção federal. A crise migratória levou a outra crise: a economia local. A situação afeta outras metrópoles, como Denver, no estado do Colorado.
Em Nova Iorque, cidade norte-americana mais populosa, um contrato com hotéis abrigava imigrantes que aguardavam a análise do pedido de asilo. O acordo foi finalizado e, com isso, crianças, mulheres e homens correm o risco de ficar nas ruas. “Este é um problema nacional e que está piorando com a política cruel e desumana do governador do Texas”, afirmou Eric Adams, prefeito de Nova Iorque.
Ônibus despachados sem aviso a cidades
O governador do Texas é o republicano Gregg Abbot, opositor ao presidente democrata Joe Biden. O estado, na fronteira com o México, culpa a Casa Branca pela crise, considerando o governo ineficiente. Sem comunicar prefeitos, Abbot decidiu por conta própria usar ônibus para despachar pessoas que foram presas por entrar no país ilegalmente. O destino: as “cidades santuários”, que tem leis de proteção a imigrantes e são administradas por prefeitos do partido Democrata. É o caso das três cidades citadas acima: Denver, Chicago e Nova Iorque.
Os três prefeitos apelaram em conjunto para Biden, afirmando que não têm mais capacidade para receber novos imigrantes. O grupo também cobra uma coordenação junto ao Texas, já que o governador não avisa quando os ônibus são enviados.
Por outro lado, a Casa Branca cobra do vizinho México mais empenho no controle de pessoas que entram nos EUA ilegalmente. A maioria delas vem da Venezuela e América Central, cruzando o México geralmente a pé. Os dois países consideram que o “enfraquecimento” da democracia em países como a Venezuela e Nicarágua é uma das principais causas do êxodo.