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China se opõe às sanções norte-americanas contra empresas russas de petróleo

Medida dos Estados Unidos fez o preço do petróleo subir 5% e ampliou tensões com Moscou e Pequim

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EUA e China firmaram acordo sobre as "terras raras" | Reprodução/iStock
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A China saiu em defesa da Rússia nesta quinta-feira (23), após os Estados Unidos aplicarem sanções contra as principais fornecedoras russas de petróleo, a Rosneft e a Lukoil, em resposta à guerra na Ucrânia. A medida provocou alta de 5% no preço do barril de petróleo no mercado internacional.

"A China se opõe consistentemente a sanções unilaterais que não têm base legal no direito internacional nem autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas", declarou Guo Jiakun, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês.

As sanções foram impostas nessa quarta (22) pelo presidente Donald Trump. A decisão é vista como reflexo da frustração com o presidente Vladimir Putin, já que as negociações para encerrar o conflito não avançaram. Um encontro estava previsto nos próximos dias, mas foi cancelado pela diplomacia russa.

Trump usou a guerra em sua campanha eleitoral e prometeu acabar com o conflito. E, para isso, estava mantendo contato com Putin para facilitar as negociações. Mas, até o momento, o cessar-fogo parece estar distante de acontecer.

Por isso, as sanções representam uma grande mudança de política para Trump, que não havia imposto sanções à Rússia por causa da guerra e, em vez disso, recorreu a medidas comerciais.

🔍 A China, ao lado da Índia, é um dos principais compradores de petróleo russo, além de exercer parceria econômica e ideológica. Desde o início da guerra entre russos e ucranianos, os EUA acusam a China de fornecer equipamentos militares de ponta para a Rússia – constatação negada pela China.

O porta-voz chinês disse, ainda, que o “diálogo e a negociação continuam sendo o único caminho viável para resolver a crise na Ucrânia e que coerção e pressão não resolverão nenhum problema".

O lado russo também se manifestou após as sanções. O ex-presidente russo Dmitry Medvedev disse que agora está absolutamente claro que os Estados Unidos são adversários da Rússia e que as recentes medidas dos EUA equivalem a um ato de guerra contra a Rússia.

Petróleo mais caro

Os preços do petróleo subiram cerca de 5% nesta quinta (23), após o anúncio das sanções. O barril do tipo Brent era negociado a US$ 65,53, enquanto o WTI (West Texas Intermediate) subia para US$ 61,49.

De acordo com o analista Ole Hansen, do Saxo Bank, refinarias da China e da Índia terão de buscar fornecedores alternativos para evitar punições financeiras dos EUA.

O texto das sanções determina o bloqueio de "todos os bens e interesses em bens" relacionados às duas empresas em território americano, que devem ser comunicados à Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA (OFAC).

A União Europeia também anunciou um novo pacote de sanções contra Moscou, incluindo a proibição de importações de gás natural liquefeito. O Reino Unido já havia penalizado as petrolíferas Lukoil e Rosneft na semana anterior.

Os aliados ocidentais tentam pressionar Putin a aceitar um cessar-fogo imediato, mas o líder russo segue irredutível e exige que a Ucrânia ceda parte de seu território. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, rejeita qualquer concessão.

Enquanto sanções são aplicadas a guerra continua. Nessa quarta (22), um ataque russo com drones atingiu um jardim de infância em Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, deixando uma pessoa morta e sete feridas. Outras seis pessoas morreram em ofensivas registradas em diferentes regiões do país.

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