China responde Trump e impõe tarifas sobre exportações dos EUA
Medida engloba produtos agrícolas, frutas e laticínios; tarifas entrarão em vigor a partir de 10 de março

Camila Stucaluc
O governo da China anunciou, nesta terça-feira (4), novas tarifas sobre exportações dos Estados Unidos. A medida acontece em resposta ao aumento das tarifas sobre produtos chineses, que, conforme o presidente Donald Trump, passarão de 10% para 20%.
Segundo o Ministério das Finanças chinês, as tarifas sobre produtos agrícolas dos Estados Unidos, como frango, trigo, milho e algodão, passarão de 10% para 15% a partir do dia 10 de março. Uma taxa de 10% também será imposta sobre as exportações de soja, carne de porco, carne bovina, produtos aquáticos, frutas, vegetais e laticínios.
Além das taxas, a pasta colocou 25 empresas norte-americanas sob restrições de exportação e investimento no país.
Trump vinha prometendo aumentar a taxação de exportações chinesas desde sua campanha eleitoral de 2024. Ele acusa o país de fornecer produtos químicos usados na produção de fentanil – opioide sintético 50 vezes mais poderoso que a heroína. A alegação já foi rejeitada por Pequim, que negou qualquer irregularidade.
“As medidas de tarifas unilaterais dos Estados Unidos violam seriamente as regras da Organização Mundial do Comércio e minam a base para a cooperação econômica e comercial China-EUA”, disse o Ministério das Finanças chinês. “A China protegerá firmemente seus direitos e interesses legítimos”, acrescentou a pasta.
Outros países
Assim como a China, Trump anunciou tarifas para produtos do Canadá e do México. A partir desta terça-feira (4), as exportações dos países serão taxadas em 25% até que as nações tomem medidas contra o tráfico de drogas e a imigração ilegal.
“Os canadenses não têm sido nada além dos aliados mais fortes e os melhores vizinhos dos Estados Unidos. Essas tarifas são completamente injustificáveis, e os canadenses estão unidos diante dessa ameaça econômica. O Canadá não vai recuar”, advertiu a ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly.
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A decisão também foi criticada pela presidente do México, Claudia Sheinbaum, que afirmou esperar conversar com Trump sobre o tema. “Trump, como vocês sabem, tem sua maneira de se comunicar. Espero que possamos chegar a um entendimento”, disse.