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Brasileiros foragidos evitam extradição do Reino Unido alegando más condições nas prisões do Brasil

Investigação da ITV News revela que criminosos usaram a Convenção de Direitos Humanos para permanecer no país e escapar da Justiça brasileira

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Uma investigação do canal britânico ITV News revelou que criminosos brasileiros procurados pela Justiça e incluídos na lista vermelha da Interpol conseguiram evitar a extradição e permanecer no Reino Unido, após alegarem que teriam seus direitos humanos violados nas prisões brasileiras, ferindo o artigo 3 da Convenção Europeia de Direitos Humanos (CEDH), da qual o país é signatário.

No centro da apuração estão dois casos: Nicolas Gomes De Brito, acusado de ordenar o assassinato de um membro de gangue rival em Caratinga, Minas Gerais, e Marlon Martins Dos Santos, condenado por homicídio e sentenciado a 14 anos de prisão pelo crime de estupro de vulnerável.

Em 2025, Marlon foi novamente condenado, dessa vez pela Justiça britânica, por armazenar e distribuir centenas de milhares de imagens de abuso infantil. Já Nicolas, apesar de procurado pelas autoridades brasileiras, continua vivendo normalmente no norte de Londres.

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Entre os argumentos apresentados por Nicolas para evitar a extradição, ele afirmou correr risco nas prisões brasileiras por ser homossexual, alegando que seria tratado com mais severidade devido à sua orientação sexual. A reportagem, no entanto, mostrou que ele não é gay e que fugiu para o Reino Unido acompanhado da esposa e do filho, nascido no Brasil.

Quando questionado pela ITV News sobre o motivo da mentira à Justiça britânica, Nicolas optou por permanecer em silêncio.

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A divulgação da reportagem ocorre em meio a um intenso debate político no Reino Unido sobre a permanência do país na Convenção ou uma possível reinterpretação da aplicação da CEDH.

Segundo a ITV News, os casos de Nicolas e Marlon representam apenas parte de um número maior de criminosos procurados que se beneficiaram de uma interpretação ampla da convenção, originalmente criada para proteger os direitos fundamentais das pessoas.

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