“Brasil não pode se omitir: fora, Maduro!”, diz governador aliado de Lula
Helder Barbalho critica reeleição de líder chavista e questiona ausência de posicionamento brasileiro sobre o regime venezuelano
Warley Júnior
No mesmo dia em que acontece a posse do presidente reeleito da Venezuela, Nicolás Maduro, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), um dos aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), usou as redes sociais para condenar a continuidade do governo chavista.
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"Quem defende a democracia tem de abominar a ditadura de Maduro e condenar a opressão do regime. Não podemos fazer condenações seletivas a golpistas. O Brasil não pode se omitir: fora, Maduro!", escreveu Barbalho na plataforma X (antigo Twitter).
A declaração do governador confronta com o silêncio oficial do governo brasileiro, que evitou comentar a reeleição de Maduro. Apesar da retomada das relações diplomáticas entre os dois países após o fim do governo Bolsonaro, quando o Brasil reabriu sua embaixada em Caracas, a postura de Lula sobre o regime de Maduro tem sido marcada pela cautela. Críticos apontam que a falta de um posicionamento enfático diante das denúncias de violações de direitos humanos e fraudes eleitorais enfraquece o discurso democrático do país no cenário internacional.
A reeleição de Nicolás Maduro, cuja legitimidade foi questionada por organizações internacionais e líderes estrangeiros, é vista como mais um capítulo no isolamento da Venezuela no continente sul-americano. Nessa quinta-feira, o presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmou que não reconhece a vitória do venezuelano. "Eu sou uma pessoa de esquerda. E da esquerda política eu digo: o governo de Nicolás Maduro é uma ditadura", declarou.
A ausência de um posicionamento claro por parte do Brasil pode sinalizar uma tentativa de evitar desgastes políticos regionais, mas também gera críticas de omissão frente ao autoritarismo.