Banda apaga música com Nicky Jam após apoio dele a Trump: "Maná não trabalha com racistas"
Cantor, de origem porto-riquenha, se juntou ao republicano durante um comício em Las Vegas
Gabriel Sponton
A banda mexicana Maná apagou, no último domingo (15), de todas as plataformas digitais, uma música em colaboração com o cantor Nicky Jam, após ele apoiar Donald Trump, candidato à presidência dos EUA.
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Por meio de uma publicação nas redes sociais, a banda informou: "Durante os últimos 30 anos, Maná tem apoiado e defendido os direitos dos latinos no mundo. Não existe negócio ou promoção que valha mais do que a dignidade do nosso povo. Por isso, hoje Maná decidiu tirar sua colaboração com Nicky Jam de "Pies a Cabeza" de todas as plataformas digitais".
Na última sexta-feira (13), Nicky Jam — cantor norte-americano de origem porto-riquenha e dominicana — se juntou a Donald Trump no palco de um comício em Las Vegas. O artista utilizava um boné com o slogan do republicano "Make America Great Again" — Torne a América Grande Novamente, em tradução livre.
Logo após a aparição do cantor ao lado de Trump, um vídeo de 2018 voltou a circular nas redes sociais. Nele, Nicky Jam se encontra com membros do DACA — um programa do governo dos Estados Unidos que garante legalidade a imigrantes que chegaram no país quando crianças — e conversa sobre a luta contra as ações do governo Trump, que tentou encerrar o programa, mas a ação foi vetada pela Suprema Corte dos Estados Unidos.
"Quando eu ouvi as primeiras coisas que saíram da boca de Trump eu disse: 'ó meu Deus, isso soa feio. [...] Isso é obviamente uma situação de racismo", disse Nicky Jam, agora apoiador de Trump, no vídeo de 2018.
Uma das pessoas que está no vídeo junto de Nicky Jam, Adrian Escárate, se pronunciou nas redes sociais dizendo que o cantor o "usou" para "promover sua música + vender a nossa comunidade. Obrigado por nada".