Auditoria encontrou 51 falhas graves na Air India após acidente com Boeing 787
Órgão da aviação indiana encontrou violações em treinamento, simuladores, escalas e manutenção; companhia é investigada por acidente que matou 260 pessoas

SBT News
com informações da Reuters
A Diretoria Geral de Aviação Civil da Índia (DGCA) identificou 51 falhas de segurança operacional na Air India durante uma auditoria realizada em julho. O relatório confidencial, obtido pela Reuters, aponta desde treinamento inadequado de pilotos e uso de simuladores não certificados até deficiências no sistema de escala de tripulação.
A auditoria não está diretamente ligada ao acidente fatal com um Boeing 787, que caiu em junho próximo ao aeroporto de Ahmedabad, matando 260 pessoas. No entanto, suas conclusões aumentam a pressão sobre a companhia, que já enfrenta quatro notificações do órgão regulador por 29 violações operacionais, incluindo falhas nos períodos de descanso e treinamento da tripulação.
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O relatório de 11 páginas destaca sete não conformidades graves de "Nível 1", que devem ser corrigidas até 30 de julho, além de outras 44 falhas com prazo até 23 de agosto.
Entre os pontos mais críticos estão:
- Pilotos de Boeing 787 e 777 que não realizaram tarefas de monitoramento de cabine antes das avaliações obrigatórias;
- Treinamento em aeroportos de categoria C feito com simuladores fora dos padrões;
- Voos internacionais operados com tripulação de cabine incompleta;
- Falhas em emitir alertas automáticos quando mínimos operacionais de tripulação não são cumpridos.
A DGCA também documentou que um voo Milão–Nova Délhi (AI-787) ultrapassou em 2h18 o limite de serviço permitido para os pilotos, outra violação classificada como de "Nível 1".
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Em nota, a Air India, controlada pelo Grupo Tata desde 2022, declarou que foi transparente durante a auditoria e que responderá ao órgão dentro do prazo com as ações corretivas.
Apesar da rápida expansão internacional, a companhia enfrenta constantes reclamações de passageiros sobre falta de limpeza, equipamentos quebrados e sistemas de entretenimento inoperantes.
Acidente sob investigação
O acidente com o voo que caiu próximo ao aeroporto de Ahmedabad colocou a Air India sob intensa investigação. Um relatório preliminar apontou que os motores da aeronave foram desligados três segundos após a decolagem, interrompendo o fornecimento de combustível. O gravador da cabine registrou os pilotos discutindo sobre quem teria acionado o corte.
A causa exata ainda não foi esclarecida pelas autoridades. A companhia aérea recebeu quatro notificações oficiais do órgão de aviação, datadas de 23 de julho que apontavam 29 violações, incluindo falhas em descanso de pilotos e treinamento inadequados.