A chegada do Irã no conflito aumenta a possibilidade de uma guerra regional, avalia especialista
Com o ataque do Irã a Israel, os mais de seis meses de guerra na Faixa de Gaza podem desembocar em novos conflitos
O especialista em Relações Internacionais, Uriã Fancelli, avaliou em entrevista ao SBT News que os ataques do Irã a Israel serão respondidos à altura, mas prefere não garantir um maior envolvimento dos Estados Unidos. “Após seis meses da guerra da Faixa de Gaza, o grande medo é que o conflito se estenda entre os países da região. Além do Irã, grupos terroristas como Hamas, o Hezbollah, do sul do Líbano, e os Hutis, do Iêmen, já atacavam Israel de diversas formas. Mas agora temos o envolvimento de um segundo país depois de Israel. Enquanto para países é possível exigir uma certa ética na guerra, de grupos terroristas não podemos esperar nada”, afirmou Uriã Fancelli.
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Depois da morte de generais de alta patente da Guarda Revolucionária iraniana na embaixada do país em Damasco, na Síria, o Irã prometeu uma resposta. Neste sábado (13), centenas de drones, mísseis balísticos e de cruzeiro foram lançado contra Israel. Para o especialista em relações exteriores, Israel deve revidar o ataque e consolidar o apoio dos Estados Unidos. “O maior receio é o envolvimento direto dos EUA. Israel vinha sofrendo críticas por conta das ações em Gaza. O EUA tinham aumentado o tom, mas voltam a frisar que são aliados. Mas não é de interesse dos EUA entrarem nessa guerra. Agora é muito irônico que Israel venha exigir uma atitude da ONU com relação aos ataques do Irã, mesma organização que Israel criticou e até pediu a demissão do seu secretário-geral”, declarou o especialista.
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“Israel foi um país criado pela ONU. Tem uma relação positiva. Mas depois das ações em Gaza, consideradas desproporcionais, foi perdendo apoio internacional. Já são mais de 33 mil mortos sendo12 mil do Hamas e mais de 20 mil civis mortos. Esses ataques do Irã tem sim relação com essa guerra e com o ataque à embaixada e deverá envolver outros países no conflito com Israel”, finalizou o especialista em Relações Internacionais Uriã Fancelli.