Guerra entre Israel e Hamas completa um mês com 70% da população de Gaza deslocada
Número de mortos no enclave palestino passa de 10 mil, incluindo 4,237 crianças. Órgãos humanitários apelam por cessar-fogo
O número de mortos na Faixa de Gaza ultrapassou 10 mil nesta 3ª feira (7.nov), dia em que o conflito entre Israel e o grupo Hamas completa um mês. Segundo os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde palestino, 10.328 pessoas morreram no enclave, incluindo 4,237 crianças. O número de feridos é de 25.965.
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Na Cisjordânia ocupada, mais de 140 palestinos foram mortos em bombardeios israelenses ou em ataques conduzidos por colonos. Do lado israelense, mais de 1.400 pessoas morreram, a maioria delas no ataque do Hamas em 7 de outubro que iniciou os combates, e 242 pessoas permanecem reféns do grupo militante.
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Com cessar-fogo distante, o conflito já provocou o deslocamento de 70% da população de Gaza, estimada em 2,2 milhões de pessoas, e causou uma crise humanitária no território, que está sob bloqueio total de Israel, e com acesso reduzido à água potável, comida, insumos hospitalares, e combustível. Desde 21 de outubro, um total de 569 caminhões entraram em Gaza através da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito.
Antes do início do conflito, o número de caminhões diários permitidos por Israel no enclave variava entre 750 e 850. Ontem (6.nov), líderes de agências humanitárias e de instituições de caridade pediram um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza, dizendo que a situação na região é "inaceitável". O mesmo foi dito pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que afirmou que o ataque do Hamas em Israel não pode justificar a "punição coletiva" do povo palestino.
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Em relato divulgado na última 6ª feira (3.nov), a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras relatou operações em crianças sem anestesia e procedimentos cirúrgicos sendo feitos no chão no Hospital Al-Shifa, principal centro médico de Gaza, e atual refúgio de mais de 40 mil palestinos.
"Apelamos para que se pare a guerra, para que a ajuda médica entre em #Gaza. A situação no hospital Al Shifa é desesperadora, tal como na maioria dos outros centros de saúde em Gaza"- Dr. Abu Abed, vice-coordenador médico de MSF em Gaza. pic.twitter.com/N151Ig5Uhr
? MédicosSemFronteiras (@MSF_brasil) November 3, 2023
O conflito também já é o mais letal para funcionários da ONU. Segundo as Nações Unidas, 89 integrantes da agência da ONU para Palestina, a UNRWA, foram mortos em ataques israelenses desde 7 de outubro.