ONU alerta que mais de 2 milhões de palestinos correm risco por falta de água
Abastecimento foi prejudicado após ordem de ministro da defesa israelense para "cerco total" em Gaza
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) alertou, neste sábado (14.out), que mais de dois milhões de pessoas na Faixa de Gaza estão em risco devido ao desabastecimento de água.
Há cinco dias, nenhum abastecimento humanitário é autorizado a entrar em território palestino. A ordem de um "cerco total" a região foi dada pelo ministro da defesa israelense, Yoav Gallant. Gaza também está sob um apagão de eletricidade desde 4ª feira (11.out), o que afeta ainda mais o abastecimento de água.
De acordo com a agência da ONU para refugiados, os palestinos estão sendo forçados a usar água suja de poços, aumentando os riscos de doenças.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, afirmou que a falta de acesso à água potável pode ser mortal para as pessoas que vivem na Faixa de Gaza.
"A falta de acesso à água potável é um risco imediato de surtos de doenças transmitidas pela água, que podem ser mortais entre populações frágeis com acesso limitado ou inexistente a cuidados de saúde", disse Adhanom em seu Twitter.
Lack of access to clean water is an immediate risk for water-borne disease outbreaks, which can be deadly among fragile populations with limited or no access to health care. https://t.co/vjDmhUM08Z
? Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) October 14, 2023
Na base da ONU no sul da Faixa de Gaza, para onde a UNRWA transferiu as suas operações após Israel determinar a evacuação de todo o norte do território palestino, a água potável também está acabando. Isso porque milhares de civis procuraram refúgio ali, aumentando ainda mais a demanda sobre a água que restava.
"Precisamos transportar combustível para Gaza agora. O combustível é a única maneira de as pessoas terem água potável. Caso contrário, as pessoas começarão a morrer de desidratação grave, entre elas crianças pequenas, idosos e mulheres. A água é agora a última tábua de salvação restante. Apelo para que o cerco à assistência humanitária seja levantado agora", disse Philippe Lazzarini, representante da UNRWA.