Macron anuncia retirada de tropas militares do Níger até dezembro
Decisão marca o fim da presença militar francesa no país africano
Camila Stucaluc
O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou, no domingo (24.set), a retirada dos 1,5 mil soldados que ainda estão no Níger até o fim de 2023. A decisão, que marca o fim da presença militar francesa no país africano, acontece devido ao aumento da tensão entre as duas nações após a tomada de poder do governo, em julho, pela junta militar nigerina.
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"Estamos pondo fim à nossa cooperação militar com as autoridades do Níger porque elas não querem mais combater o terrorismo", disse Macron aos canais TF1 e France 2. Durante a entrevista, o chefe de Estado também anunciou o retorno do embaixador francês no Níger, Sylvain Itté, que teve a saída exigida pela junta militar do país no fim de agosto.
A notícia foi bem recebida pelos militares no Níger, que celebraram o que chamaram de "novo passo para a soberania". "Trata-se de um momento histórico que atesta a determinação e a vontade do povo do Níger. Qualquer pessoa cuja presença ameace os interesses e as previsões de nosso país terá que deixar nossa terra", disse a junta.
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Antes da tomada de poder, o Níger, que já foi colônia da França, era um dos últimos aliados da Europa na região do Sahel. O golpe também deixou o cenário da África Ocidental mais tenso, uma vez que alguns países continuam defendendo a restauração da ordem no país. As autoridades de Burkina Faso e Mali, por sua vez, apoiam o governo da junta militar.