"Itália não será campo de refugiados da Europa", diz primeira-ministra
País foi criticado por acordo com Tunísia; ilha de Lampedusa enfrenta "pressão insustentável"
Camila Stucaluc
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, voltou a comentar, nesta 4ª feira (20.set), sobre a crise migratória no Mar do Mediterrâneo que está afetando o país. A política, que está em Nova York, nos Estados Unidos, para a Assembleia Geral das Nações Unidas, criticou o cenário, afirmando que "a Itália não se tornará o campo de refugiados da Europa".
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A declaração aconteceu após críticas ao memorando de entendimento com a Tunísia - principal ponta de partida de migrantes no trajeto do Mediterrâneo. O acordo, assinado em julho, disponibiliza milhões de euros para combater o contrabando, reforçar a gestão das fronteiras e acelerar o regresso dos requerentes de asilo cujos pedidos foram recusados.
"É importante que o memorando com a Tunísia seja tomado para frente. É um modelo para usar com outras nações também", disse Giorgia, reforçando que o aumento das chegadas de migrantes à ilha de Lampedusa colocou a Itália, no sul, sob uma "pressão insustentável".
Desde o início do ano, quase 130 mil migrantes chegaram às costas italianas, quase o dobro do registrado no mesmo período do ano passado. Apenas na última semana, a ilha de Lampedusa recebeu em dois dias cerca de 7 mil migrantes, número superior à população inteira do local - 6 mil. O país já declarou estado de emergência.
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No domingo (17.set), após pressão do governo, a Comissão Europeia anunciou ações para ajudar a ilha de Lampedusa em meio à crise migratória. Entre as propostas estão a implementação de corredores humanitários e vias legais para a entrada de migrantes na Europa. "A migração é um desafio europeu. Isso exige uma solução europeia", disse o bloco.