Cientistas pedem devolução de fóssil brasileiro contrabandeado para Alemanha
Crânio do dinossauro Irritator teria sido tirado do Brasil por um comerciante em 1991

Henrique Bolgue
Um grupo de pesquisadores brasileiros e europeus publicou, nesta 6ª feira (28.jul), uma carta pedindo a restituição ao Brasil do fóssil do dinossauro Irritator, que está em um museu da Alemanha.
O fóssil teria sido comprado pelo Museu de História Natural de Stuttgart de um comerciante de fósseis em 1991, ele teria importado os ossos para a Alemanha antes de 1990.
Um artigo científico publicado em maio reconheceu o "status possivelmente problemático" do fóssil do Irritator challengeri. O crânio é considerado o mais completo e preservado dos dinossauros de seu tipo.
O Irritator viveu no Nordeste do Brasil e os estudos mostram que ele era um caçador rápido e versátil. O dinossauro era um anfíbio, ou seja, vivia na água e na terra.

Desde 1996, esse tipo de fóssil é classificado como um holótipo, ou seja, uma peça que serve como base para descrição de uma espécie e que tem importância ímpar para a ciência.
Conforme a carta, desde 1942 todos os fósseis encontrados em território brasileiro são propriedade da União e não podem ser comercializados. A exportação para fins científicos depende de autorização governamental, não pode ser permanente e costuma exigir o envolvimento de cientistas brasileiros nas pesquisas.
O documento é endereçado à ministra da Ciência, Pesquisa e Arte do Estado de Baden-Württemberg, província onde está localizado o Museu Estadual de História Natural de Stuttgart, que detém o fóssil.
Leia a carta completa: