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Quênia: mortes provocadas por jejum para 'conhecer Jesus' passam de 400

Caso é tratado como "o massacre de Shakahola"; governo está revisando regras de órgãos religiosos

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Corpos foram encontrados na floresta de Shakahola, com mais de 800 hectares, onde o grupo costumava se reunir | AFP
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Subiu para 403 o número de corpos encontrados em valas comuns na floresta de Shakahola, no leste do Quênia. Os óbitos foram causados por uma seita religiosa, promovida pela Good News International Church, que vinha pregando e incentivando a morte por jejum no objetivo de "ir para o céu e conhecer Jesus". 

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Assim como concluiu a autópsia realizada em maio, grande parte das mortes foram causadas por fome, enquanto outras apresentaram sinais de asfixia. Apesar do número de corpos encontrados ser alto, o balanço é provisório, uma vez que as buscas na floresta de Shakahola, que serviu de local para a seita religiosa, seguem em andamento. 

O caso, nomeado de "o massacre de Shakahola", está sendo tratado como a pior violação de segurança da história do Quênia. Para impedir que a tragédia se repita, o governo está revisando os regulamentos que regem os órgãos religiosos no país. 

"O governo pressionará incansavelmente por reformas legais para domar pregadores desonestos que fazem mau uso das escrituras para enganar seus seguidores e doutriná-los por meio do extremismo religioso. A auto-regulação também será parte integrante das reformas na gestão das organizações religiosas", disse o ministro do Interior, Kithure Kindiki.

Investigação

Para apurar o caso, o governo do Quênia instalou uma Comissão de Inquérito. O líder da Igreja responsável pela seita, Paul Makenzie Nthenge, está sob custódia policial desde o dia 14 de abril e, de acordo com as autoridades, será acusado de terrorismo. O pastor já havia sido alvo da Justiça anteriormente por casos de extremismo.

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Outras 16 pessoas também são acusadas de auxiliar nas mortes. Eles eram responsáveis por vigiar e impedir que os fiéis interrompessem o jejum ou escapassem da floresta. As autoridades acreditam que o número de óbitos seja tão alto porque as atividades passaram despercebidas por muito tempo.

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