Paris teve mais uma noite de protestos após a morte abordagem policial
Mais de 1300 pessoas foram presas; presidente francês cancelou viagem à Alemanha para cuidar da crise
João Venturi
Paris viveu a quarta noite de protestos violentos na última 6ª feira (30.jun) pela morte de um jovem de 17 anos durante uma abordagem policial. Mais de 1300 pessoas foram presas. O presidente francês cancelou uma viagem à Alemanha para cuidar da crise e o governo se vê pressionado por políticos de direita e da extrema-direita que exigem emprego de mais força na repressão aos manifestantes.
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A depedida de Nahel foi com muitas emoção e homenagens. O corpo do jovem foi enterrado na cidade de Nanterre, nos arredores de Paris. É ali que ele vivia com a mãe até ser morto por um policial durante uma blitz de trânsito no último dia 27.
Os protestos pela morte do rapaz começaram na última 4ª feira (28.jun) e se espalharam rapidamente por toda a França. Ao longo da madrugada deste sábado (1º.jul), mais de 1300 carros foram incendiados. Edifícios e prédios públicos foram atacados. Lojas saqueadas. Paris, Marseille e Lyon registraram as maiores ocorrências. Também foi registrado o maior número de detidos num só dia desde o início dos protestos. Mas o governo francês considera que a violência diminuiu de intensidade.
Se os ataques persistirem, há expectativa de que Macron declare estado de emergência, alternativa usada pela última vez em 2005, quando a França também viveu episódios de revolta nas periferias.
O apelo para o fim das manifestações também veio dos jogadores da seleção francesa de futebol. Eles emitiram um comunicado dizendo que "o tempo da violência deve parar" e que há "maneiras pacíficas e construtivas de se expressar".
Cerca de 45 mil agentes de segurança seguem nas ruas de todo o país tentando conter a revolta da população. Na 2ª feira (3.jul), um adolescente que estava no carro com Nahel, e que fugiu depois de testemunhar o assassinato, é aguardado para prestar depoimento à polícia. O agente que atirou na vítima segue preso preventivamente.