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Terceira noite de protestos na França: 875 presos e 200 policiais feridos

Morte de um filho de imigrantes durante uma abordagem policial em Paris gerou onda de manifestações no país

Terceira noite de protestos na França: 875 presos e 200 policiais feridos
Carros incendiados durante protestos na França
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A França enfrenta uma onda de protestos e distúrbios após a morte de um jovem de 17 anos durante uma abordagem policial. Na noite de 5ª feira (30.jun), manifestantes ergueram barricadas, acenderam fogueiras e dispararam fogos de artifício contra as forças policiais, que responderam com gás lacrimogêneo e canhões de água. Os distúrbios ocorreram tanto em Paris, quanto em outras cidades francesas, resultando na prisão de mais de 875 pessoas e deixando pelo menos 200 policiais feridos.

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O incidente que desencadeou os protestos aconteceu quando um policial atirou e matou o adolescente, identificado apenas como Nahel, no subúrbio de Nanterre, noroeste da cidade Luz. Familiares relatam que o jovem era descendente de argelinos. O enterro dele está programado para sábado, e o prefeito da região, Patrick Jarry, destacou a necessidade de mudanças nos bairros desfavorecidos.

"As pessoas sentem uma profunda injustiça em diversos aspectos de suas vidas, seja na educação, na busca por emprego, no acesso à cultura, na habitação e em outras questões", afirmou Jarry.

Os protestos se estenderam para além das fronteiras francesas, alcançando a capital da Bélgica, Bruxelas, onde confrontos relacionados ao tiroteio na França levaram à detenção de várias pessoas.

Em Paris, grupos de manifestantes lançaram fogos de artifício contra as forças de segurança. A delegacia de polícia do 12º distrito foi atacada, e saques ocorreram nas ruas Rivoli, próxima ao Museu do Louvre, e no Forum des Halles, o maior shopping center do centro da cidade. Marselha, cidade portuária mediterrânea, também registrou protestos.

O governo mobilizou cerca de 40.000 policiais para conter as manifestações, resultando na detenção de 875 pessoas durante a noite, sendo 408 apenas na região de Paris. Segundo um porta-voz da polícia nacional, aproximadamente 200 policiais ficaram feridos.

O ministro do Interior, Gerald Darmanin, condenou a violência e classificou a noite como um episódio de "violência rara". Seu escritório descreveu o número de prisões como um aumento significativo em relação a operações anteriores, reforçando a determinação do governo em lidar com os manifestantes de forma "extremamente firme".

Embora o governo francês não tenha declarado estado de emergência até o momento, a primeira-ministra Elisabeth Borne sugeriu que essa opção está sendo considerada. O presidente Emmanuel Macron, que deixou antecipadamente uma cúpula da União Europeia em Bruxelas, voltou a Paris para realizar uma reunião de emergência nesta 6ª feira (30.jun).

O policial responsável pelo disparo fatal recebeu uma acusação preliminar de homicídio voluntário, conforme anunciado pelo promotor Pascal Prache. Essa acusação indica que os magistrados de investigação suspeitam fortemente de irregularidades, mas ainda precisam realizar mais investigações antes de enviar o caso a julgamento.

O incidente, capturado em vídeo, gerou choque e intensificou as tensões entre a polícia e os jovens que vivem em conjuntos habitacionais e outros bairros desfavorecidos.

* Com informações da Associated Press

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