2023 tem expressivo aumento de catástrofes no Brasil, analisa seguradora
Prejuízo provocado pela seca na região sul do país só perde para o terremoto na Turquia e na Síria
Pablo Valler
De janeiro a março, os desastres naturais provocaram perdas financeiras de um total de U$ 63 bilhões no planeta. Um valor consideralmente bem maior do que foi perdido em todo o século 21: U$ 38 bilhões. A comparação está no relatório de catástrofes globais da Aon, uma das maiores gestoras de risco do mundo.
Em destaque, o terremoto que atingiu a Turquia e a Síria. Além dos 50 mil mortos, foram US$ 39,1 bilhões de prejuízos, de acordo com cáculos do Banco Mundial.
Porém, o aquecimento global e seus efeitos são os maiores motivos de atenção -- até porque poderiam ser evitados. Em segundo lugar no ranking está a seca que atinge o sul do Brasil e também a Argentina e o Uruguai. As perdas são estimadas em US$ 5,9 bilhões.
Depois, outras 12 catástrofes fazem a lista. Dessas, seis foram enchentes que atingiram o Brasil e causaram Us$ 1,1 bilhão de prejuízos. Inclusive, o documento traz a análise de que, a partir de dados históricos, as inundações ainda serão a principal causa de desastres no país, conforme o CEO de resseguros da Aon Brasil, Antonio Jorge Rodrigues. Ele indica que essa informação e uma séria de detalhes do relatório servem de parâmetros para governos e empresas de seguros atualizarem suas formas de trabalhar com o tema.
"Nós observamos uma tendência de aumento da frequência e severidade dos eventos climáticos, o que, consequentemente, provoca maior sinistralidade, além do aumento na procura por coberturas mais personalizadas, que levem em consideração índices climáticos específicos", conta ele, que chama atenção para o setor agro, por estar a frente: "As perdas advindas da seca, por exemplo, tornaram-se um sinistro de grandes proporções, que tem movimentado todo o mercado de seguros e resseguros agrícolas", finaliza.
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